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Dólar sobe 1,95% e fecha a R$3,75 por apreensão fiscal

O dólar foi ao patamar de 3,75 reais pela primeira vez desde o fim de 2002

Dólares: o dólar avançou 1,95%, a 3,R$ 7598 na venda, maior nível desde 12 de dezembro de 2002 (.)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2015 às 17h25.

São Paulo - O dólar fechou em alta de quase 2 por cento nesta quarta-feira, com valorização pela quarta sessão consecutiva, e foi ao patamar de 3,75 reais pela primeira vez desde o fim de 2002, pressionado por preocupações com as contas públicas do Brasil e com o risco de o país perder o selo internacional de bom pagador.

O dólar avançou 1,95 por cento, a 3,7598 reais na venda, maior nível desde 12 de dezembro de 2002 (3,785 reais). Na máxima da sessão, a moeda norte-americana atingiu 3,7738 reais, maior patamar intradia desde 13 de dezembro de 2002 (3,7750 reais).

No acumulado do ano até agora, o dólar tem alta de 41,41 por cento sobre o real.

"Tanto na política quanto na economia, a situação está muito difícil. É provável que o dólar suba ainda mais", afirmou o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, que espera que a moeda norte-americana se aproxime de 4 reais nas próximas semanas.

Na segunda-feira, o governo enviou ao Congresso proposta de Orçamento de 2016 prevendo gastos maiores do que receitas. Operadores entenderam que a decisão aumenta a chance de o Brasil perder seu grau de investimento nos próximos meses, o que pode provocar fuga de capitais do país.

Essa perspectiva vem levando investidores a venderem ativos denominados em reais, pressionando o câmbio. Esse movimento resistiu mesmo à queda do dólar em relação a outras moedas emergentes nesta sessão, um respiro após fortes altas recentes provocadas por preocupações com a economia chinesa.

A atuação do Banco Central também tem sido um foco importante para o mercado, que questiona se pode aumentar sua intervenção no câmbio para desacelerar o avanço da moeda norte-americana. Cotações mais altas tendem a pressionar a inflação ao encarecer importados.

"A questão é que o BC não vai usar armas poderosas demais, como leilões (de dólares) no mercado à vista, porque aí a sinalização vai fazer o mercado testar a disposição dele (de intervir cada vez mais)", afirmou o operador de um importante banco nacional.

"Mas, por outro lado, os leilões de linha não têm grande impacto no mercado e ele já está rolando totalmente o lote de swaps", acrescentou.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 9,45 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou 915 milhões de dólares, ou cerca de 10 por cento do total de 9,458 bilhões de dólares e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.

Na segunda-feira, o BC fez leilão de venda de até 2,4 bilhões de dólares com compromisso de recompra, mas não anunciou outros até agora.

Havia ainda alguns operadores cogitando que o BC poderia intervir no mercado à vista, vendendo dólares e usando recursos das reservas internacionais.

"Como o BC vai agir ainda é um ponto de interrogação. Mas a atuação no mercado à vista, que era algo que o mercado nem considerava há alguns meses, agora é uma possibilidade", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Texto atualizado às 17h25

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São Paulo - O dólar fechou em alta de quase 2 por cento nesta quarta-feira, com valorização pela quarta sessão consecutiva, e foi ao patamar de 3,75 reais pela primeira vez desde o fim de 2002, pressionado por preocupações com as contas públicas do Brasil e com o risco de o país perder o selo internacional de bom pagador.

O dólar avançou 1,95 por cento, a 3,7598 reais na venda, maior nível desde 12 de dezembro de 2002 (3,785 reais). Na máxima da sessão, a moeda norte-americana atingiu 3,7738 reais, maior patamar intradia desde 13 de dezembro de 2002 (3,7750 reais).

No acumulado do ano até agora, o dólar tem alta de 41,41 por cento sobre o real.

"Tanto na política quanto na economia, a situação está muito difícil. É provável que o dólar suba ainda mais", afirmou o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, que espera que a moeda norte-americana se aproxime de 4 reais nas próximas semanas.

Na segunda-feira, o governo enviou ao Congresso proposta de Orçamento de 2016 prevendo gastos maiores do que receitas. Operadores entenderam que a decisão aumenta a chance de o Brasil perder seu grau de investimento nos próximos meses, o que pode provocar fuga de capitais do país.

Essa perspectiva vem levando investidores a venderem ativos denominados em reais, pressionando o câmbio. Esse movimento resistiu mesmo à queda do dólar em relação a outras moedas emergentes nesta sessão, um respiro após fortes altas recentes provocadas por preocupações com a economia chinesa.

A atuação do Banco Central também tem sido um foco importante para o mercado, que questiona se pode aumentar sua intervenção no câmbio para desacelerar o avanço da moeda norte-americana. Cotações mais altas tendem a pressionar a inflação ao encarecer importados.

"A questão é que o BC não vai usar armas poderosas demais, como leilões (de dólares) no mercado à vista, porque aí a sinalização vai fazer o mercado testar a disposição dele (de intervir cada vez mais)", afirmou o operador de um importante banco nacional.

"Mas, por outro lado, os leilões de linha não têm grande impacto no mercado e ele já está rolando totalmente o lote de swaps", acrescentou.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 9,45 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou 915 milhões de dólares, ou cerca de 10 por cento do total de 9,458 bilhões de dólares e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.

Na segunda-feira, o BC fez leilão de venda de até 2,4 bilhões de dólares com compromisso de recompra, mas não anunciou outros até agora.

Havia ainda alguns operadores cogitando que o BC poderia intervir no mercado à vista, vendendo dólares e usando recursos das reservas internacionais.

"Como o BC vai agir ainda é um ponto de interrogação. Mas a atuação no mercado à vista, que era algo que o mercado nem considerava há alguns meses, agora é uma possibilidade", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Texto atualizado às 17h25
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