Mercados

Dólar sobe 0,15% com fechamento da Ptax e vigilância do BC

O maior apetite por risco nas praças internacionais impulsionava outras moedas, como o euro e o dólar australiano

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2012 às 11h28.

São Paulo - O dólar tinha leve alta ante o real nesta quarta-feira, com o fechamento da Ptax de outubro e a reabertura de Wall Street chegando a trazer um pouco mais de volatilidade ao mercado, mas com a expectativa de intervenção do Banco Central segurando variações mais expressivas.

Enquanto isso, o maior apetite por risco nas praças internacionais impulsionava outras moedas, como o euro e o dólar australiano, frente à divisa dos Estados Unidos.

Às 12h14, a moeda norte-americana registrava leve alta de 0,15 por cento, para 2,0430 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava em torno de 840 milhões de dólares.

"A gente percebe que o movimento lá fora é de desvalorização do dólar... Mas aqui fica limitado o espaço para ganhos (do real) porque se sabe que o BC pode entrar a qualquer momento", afirmou o estrategista-chefe do banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno. "O investidor está reticente em apostar na valorização do real", emendou.

Operadores esperavam que o fechamento da Ptax de outubro --a taxa média do dólar calculada pelo BC-- pudesse trazer um pouco mais de volatilidade ao mercado de câmbio, uma vez que os investidores buscam uma cotação que favoreça seus negócios.

No entanto, Rostagno acredita que a sombra de intervenção da autoridade monetária limita essa disputa. "Há sempre uma volatilidade decorrente do fechamento da Ptax, mas temos que lembrar que o dólar está oscilando dentro de uma banda muita estreita, o que limita a volatilidade para a formação da Ptax", afirmou.

Da mesma maneira, a reabertura dos mercados acionários norte-americanos nesta quarta-feira também teve efeito limitado sobre o mercado de câmbio. Wall Street ficou fechado por dois dias devido à tempestade Sandy, que assolou a Costa Leste dos Estados Unidos.

O dólar deverá continuar sendo negociado dentro de um banda muito estreita até o final do ano, segundo o estrategista-chefe, uma vez que as autoridades brasileiras expressaram a necessidade de aumentar a competitividade da indústria nacional para impulsionar a fraca atividade econômica do país.


"O mercado vai continuar de lado. O governo deve querer manter o dólar no atual patamar para estimular a recuperação da indústria doméstica", disse Rostagno, destacando que apesar de o BC ter atuado perto do teto de 2,10 reais e do piso de 2 reais, a moeda tem sido negociado entre 2,02 e 2,05 reais.

Durante o mês de outubro até o fechamento de ontem, o dólar teve ligeira alta de 0,15 por cento.

Como consequência da baixa volatilidade, os volumes do mercado de câmbio também deverão continuar reduzidos, já que o investidor perde o interesse de operar num mercado cuja rentabilidade no curto prazo é reduzida.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mercados

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Ibovespa fecha em alta de mais de 1% puxado por Vale (VALE3)

Mais na Exame