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Dólar segue travado em R$2,02 com ameaças de intervenção

O Banco Central reagiu a uma melhora do sentimento nos mercados internacionais em setembro e atuou com força no mercado de câmbio para evitar a valorização do real


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 (Oscar Siagian/AFP)

Notas de dólares (Oscar Siagian/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 13h21.

São Paulo - Dúvidas sobre a Espanha pairavam sobre o investidor e a cautela no cenário externo colocava-se como pano de fundo para a estabilidade do dólar ante o real nesta terça-feira, num mercado cambial travado em torno de 2,02 reais desde meados de setembro devido à vigilância de autoridades brasileiras.

Às 12h17, a moeda norte-americana tinha variação positiva de 0,03 por cento, para 2,0270 reais na venda, oscilando entre 2,0235 reais na mínima da sessão e 2,0285 reais na máxima.

"O mercado está assim há uns quinze dias ... Existe uma dificuldade muito ruim local que deixa o mercado parado, com IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), ameaça de intervenção", afirmou o especialista em câmbio da Icap Corretora Italo dos Santos.

O Banco Central reagiu a uma melhora do sentimento nos mercados internacionais em setembro e atuou com força no mercado de câmbio para evitar a valorização do real, segurando o dólar acima de 2 reais --o que o mercado acredita ser um piso informal.

Declarações de autoridades brasileiras também evidenciaram a vontade do governo de manter o real desvalorizado para melhorar a competitividade da indústria brasileira no mercado internacional. Recentemente, o ministro Guido Mantega disse que, se necessário, usará a artilharia do governo para impedir a queda do dólar.

Em meio a tais ameaças e intervenções em si, o dólar teve pequena variação em todo o mês de setembro, recuando apenas 0,13 por cento, em meio a um cenário externo mais otimista devido a medidas de estímulo dos bancos centrais dos Estados Unidos e da zona do euro.

No entanto, essa euforia com estímulo monetário tem se dissipado para dar lugar a preocupações com fundamentos econômicos fracos, principalmente com a contínua crise da zona do euro. E a Espanha é a bola da vez.

"Lá fora, temos um cenário de aversão ao risco. A situação continua muito complicada e eu não vejo essa calmaria com bons olhos. Até o final do ano, podemos ver uma nova correria para o dólar", disse Santos.

Autoridades europeias disseram à Reuters na segunda-feira que a Espanha está pronta para solicitar um resgate da zona do euro para suas finanças públicas já neste final de semana, tornando o país o quinto membro do bloco monetário a pedir resgate. No entanto, o primeiro-ministro do país, Mariano Rajoy, negou a informação nesta terça-feira, segundo a agência de notícias Europa Press.

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