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Dólar salta quase 2% e fecha acima de R$ 4,05

Moeda fechou valendo R$ 4,07, refletindo a aversão ao risco nos mercados internacionais por causa da queda do preço do petróleo

Dólares: moeda saltou quase 2% e fechou no maior valor desde 28 de janeiro (thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 16h57.

SÃO PAULO - O dólar saltou quase 2 por cento nesta terça-feira e fechou acima de 4,05 reais pela primeira vez em mais de duas semanas, refletindo a retomada da aversão a risco nos mercados globais diante do tombo dos preços do petróleo e preocupações com a situação fiscal do país.

O dólar avançou 1,86 por cento, a 4,0705 reais na venda, maior nível de fechamento desde 28 de janeiro (4,0800 reais). O dólar futuro avançava cerca de 1,75 por cento no final da tarde.

O dólar vinha operando abaixo de 4 reais durante todo o mês, após renovar suas máximas históricas em meados de janeiro.

"O movimento do mercado estava bom demais para ser verdade, bom demais para a nossa situação", disse o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato. "O petróleo serviu de gatilho, mas a verdade é que o investidor local está pessimista demais para aceitar esses níveis baixos".

Investidores temem que o governo brasileiro se afaste do rigor fiscal que vem prometendo desde o ano passado diante da profunda recessão econômica e das turbulências políticas.

Segundo operadores, o cenário de incertezas deve ganhar mais força nos próximos dias com a volta das atividades do Congresso Nacional.

"Faz sentido buscar proteção (no dólar) em um cenário de incertezas locais como o atual", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.

As preocupações locais somaram-se às perdas nos preços do petróleo, que passou a cair depois que Rússia e Arábia Saudita concordaram em congelar a produção nos níveis de janeiro se outros grandes exportadores se juntarem a eles. Irã, no entanto, era um dos entraves ao plano.

"As moedas ligadas a commodities acompanham o petróleo, uma segue a outra", disse o operador da corretora Correparti Jefferson Luiz Rugik.

O dólar registrou altas menores na primeira metade da sessão, quando os preços do petróleo esboçaram recuperação.

Investidores também receberam bem declarações do premiê da China, Li Keqiang, acenando para a possibilidade de novos estímulos se a economia desacelerar mais.

Operadores ressaltaram ainda que o mercado voltou a ganhar volume nesta sessão, após o pregão de liquidez reduzida na segunda-feira devido ao feriado do Dia dos Presidentes nos Estados Unidos, que manteve os mercados locais fechados.

Nesta manhã, o Banco Central promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou 5,217 bilhões de dólares, ou cerca de 52 por cento do lote total, que equivale a 10,118 bilhões de dólares. (Edição de Patrícia Duarte)

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SÃO PAULO - O dólar saltou quase 2 por cento nesta terça-feira e fechou acima de 4,05 reais pela primeira vez em mais de duas semanas, refletindo a retomada da aversão a risco nos mercados globais diante do tombo dos preços do petróleo e preocupações com a situação fiscal do país.

O dólar avançou 1,86 por cento, a 4,0705 reais na venda, maior nível de fechamento desde 28 de janeiro (4,0800 reais). O dólar futuro avançava cerca de 1,75 por cento no final da tarde.

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"O movimento do mercado estava bom demais para ser verdade, bom demais para a nossa situação", disse o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato. "O petróleo serviu de gatilho, mas a verdade é que o investidor local está pessimista demais para aceitar esses níveis baixos".

Investidores temem que o governo brasileiro se afaste do rigor fiscal que vem prometendo desde o ano passado diante da profunda recessão econômica e das turbulências políticas.

Segundo operadores, o cenário de incertezas deve ganhar mais força nos próximos dias com a volta das atividades do Congresso Nacional.

"Faz sentido buscar proteção (no dólar) em um cenário de incertezas locais como o atual", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.

As preocupações locais somaram-se às perdas nos preços do petróleo, que passou a cair depois que Rússia e Arábia Saudita concordaram em congelar a produção nos níveis de janeiro se outros grandes exportadores se juntarem a eles. Irã, no entanto, era um dos entraves ao plano.

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Investidores também receberam bem declarações do premiê da China, Li Keqiang, acenando para a possibilidade de novos estímulos se a economia desacelerar mais.

Operadores ressaltaram ainda que o mercado voltou a ganhar volume nesta sessão, após o pregão de liquidez reduzida na segunda-feira devido ao feriado do Dia dos Presidentes nos Estados Unidos, que manteve os mercados locais fechados.

Nesta manhã, o Banco Central promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou 5,217 bilhões de dólares, ou cerca de 52 por cento do lote total, que equivale a 10,118 bilhões de dólares. (Edição de Patrícia Duarte)

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