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Dólar recua após Mantega defender nível atual do câmbio

Mantega disse que o patamar atual do real ante o dólar é "satisfatório e razoável" e que "nós não queremos o real mais forte ou mais fraco; nós queremos estabilidade"

No mercado futuro, às 9h34, o dólar para maio de 2013 recuava 0,35%, a R$ 2,0160, após iniciar o dia a R$ 2,0175 (-0,27%) (REUTERS/Sukree Sukplang)
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Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2013 às 10h38.

São Paulo - O dólar ante o real abriu em queda, após a defesa do nível atual do câmbio doméstico pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Na quinta-feira, 18, à noite em Washington, Mantega disse que o patamar atual do real ante o dólar é "satisfatório e razoável" e que "nós não queremos o real mais forte ou mais fraco; nós queremos estabilidade".

A queda dos juros futuros na esteira da alta do IPCA-15 de abril para 0,51% (ante 0,49% em março) - acima da mediana e perto do teto das projeções dos analistas do mercado - é monitorada pelos agentes de câmbio. Também pesa na formação de preço interno o sinal de leve baixa exibido pelo dólar ante o euro e a algumas divisas ligadas a commodities, segundo operadores ouvidos pelo Broadcast.

O dólar à vista abriu a R$ 2,0140 (-0,20%) no balcão. A mínima, até o momento, ficou em R$ 2,0120 (-0,30%). Na BM&FBovespa, o dólar pronto é negociado a R$ 2,0115 (-0,49%).

No mercado futuro, às 9h34, o dólar para maio de 2013 recuava 0,35%, a R$ 2,0160, após iniciar o dia a R$ 2,0175 (-0,27%). Até esse horário, esse contrato de dólar oscilou de R$ 2,0135 (-0,47%) a R$ 2,0185 (-0,22%).

Segundo um operador de tesouraria de um banco, a partir desse sinal de Mantega e da melhora aparente do ambiente de negócios no exterior, o dólar ante o real deve oscilar sob menor pressão hoje.

"Há possibilidade de um movimento desinflacionário no mundo, por isso, o Copom foi cauteloso no aperto da Selic e Mantega aponta para a permanência do dólar ao redor de R$ 2,00", disse o profissional.


Na quinta-feira, 18, o dólar e os juros futuros passaram por fortes ajustes em reação à decisão de alta gradual da Selic pelo Copom.

Na quarta-feira 17, à noite, o Copom elevou a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para 7,50% ao ano, e surpreendeu muitos agentes financeiros que haviam apostado em altas mais agressivas do juro básico do País.

O dólar à vista encerrou a quinta-feira a R$ 2,0180 (+0,90%), na maior cotação desde 3 de abril (R$ 2,024). No mercado futuro, o dólar para maio de 2013 terminou a sessão anterior em R$ 2,0230 (+0,87%).

Em relação à entrevista de Mantega, ele disse ainda que o real e moedas de outros mercados emergentes se fortaleceram nos últimos anos parcialmente porque o banco central de várias economias desenvolvidas, incluindo o dos EUA, Japão e Reino Unido, inundaram seus mercados com dinheiro para tentar estimular o crescimento.

Apesar dessas políticas, o Brasil contabiliza um fluxo cambial negativo de US$ 5 bilhões neste ano. Mesmo assim, Mantega garantiu que o governo não tem planos para remover o Imposto sobre Operações Financeiras de 6% sobre ingressos de recursos para aplicações em renda fixa, bolsa e futuros de câmbio nem sobre empréstimos externos com prazo inferior a um ano.

O real "está no nível do mercado", disse ele. "Quando o real estava forte, nós interviemos muito; nós compramos dólares, elevamos as reservas, impusemos impostos para reduzir a arbitragem. Ultimamente, nossas intervenções diminuíram muito, e por que? Porque agora estamos em um equilíbrio de mercado; o real se move com o mercado".

A permanência dessa tributação se faz necessária, defendeu Mantega, porque "mesmo se os EUA começarem a desacelerar o relaxamento quantitativo, há outro país que o está acelerando", explicou.

"Haverá ainda uma liquidez excessiva" nos mercados financeiros mundiais, destacou, referindo-se principalmente ao mega programa de injeção de liquidez do Banco Central japonês, que pretende despejar no mercado US$ 1,4 trilhão até o fim de 2014.


Até agora, porém, o governo não tem visto nenhum aumento nos fluxos de capital para o Brasil desde o anúncio do novo programa de compra de ativos pelo BoJ, acrescentou Mantega.

Já o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o BC brasileiro apresentará hoje, na reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington, um estudo sobre o impacto do excesso de liquidez na economia mundial.

"Temos visto esses spillovers num volume bem significativo em alguns dos grandes programas de compras de ativos adotados nos últimos anos", disse Tombini durante a palestra "Liberalização e Gestão de Controle de Capitais", no FMI, em Washington.

Sobre a política monetária brasileira, o ministro da Fazenda também reafirmou que "a inflação no Brasil está sob controle". Ele atribui o aumento dos preços na economia doméstica a questões não-estruturais, incluindo secas nos EUA e no Brasil que cortaram colheitas e impulsionaram os preços dos alimentos.

Os efeitos desses eventos já estão diminuindo, avaliou. Ainda assim, o comandante da Fazenda assegurou que o governo deverá se manter vigilante e está pronto para agir caso o aumento de preços de fato não comece a desacelerar.

Em Nova York, às 9h44, o euro estava em US$ 1,3087, de US$ 1,3053 no fim da tarde de ontem. O dólar norte-americano recuava ante o dólar australiano (-0,11%), o dólar canadense (-0,03%), a rupia indiana (-0,09%) e o dólar neozelandês (-0,40%).

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São Paulo - O dólar ante o real abriu em queda, após a defesa do nível atual do câmbio doméstico pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Na quinta-feira, 18, à noite em Washington, Mantega disse que o patamar atual do real ante o dólar é "satisfatório e razoável" e que "nós não queremos o real mais forte ou mais fraco; nós queremos estabilidade".

A queda dos juros futuros na esteira da alta do IPCA-15 de abril para 0,51% (ante 0,49% em março) - acima da mediana e perto do teto das projeções dos analistas do mercado - é monitorada pelos agentes de câmbio. Também pesa na formação de preço interno o sinal de leve baixa exibido pelo dólar ante o euro e a algumas divisas ligadas a commodities, segundo operadores ouvidos pelo Broadcast.

O dólar à vista abriu a R$ 2,0140 (-0,20%) no balcão. A mínima, até o momento, ficou em R$ 2,0120 (-0,30%). Na BM&FBovespa, o dólar pronto é negociado a R$ 2,0115 (-0,49%).

No mercado futuro, às 9h34, o dólar para maio de 2013 recuava 0,35%, a R$ 2,0160, após iniciar o dia a R$ 2,0175 (-0,27%). Até esse horário, esse contrato de dólar oscilou de R$ 2,0135 (-0,47%) a R$ 2,0185 (-0,22%).

Segundo um operador de tesouraria de um banco, a partir desse sinal de Mantega e da melhora aparente do ambiente de negócios no exterior, o dólar ante o real deve oscilar sob menor pressão hoje.

"Há possibilidade de um movimento desinflacionário no mundo, por isso, o Copom foi cauteloso no aperto da Selic e Mantega aponta para a permanência do dólar ao redor de R$ 2,00", disse o profissional.


Na quinta-feira, 18, o dólar e os juros futuros passaram por fortes ajustes em reação à decisão de alta gradual da Selic pelo Copom.

Na quarta-feira 17, à noite, o Copom elevou a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para 7,50% ao ano, e surpreendeu muitos agentes financeiros que haviam apostado em altas mais agressivas do juro básico do País.

O dólar à vista encerrou a quinta-feira a R$ 2,0180 (+0,90%), na maior cotação desde 3 de abril (R$ 2,024). No mercado futuro, o dólar para maio de 2013 terminou a sessão anterior em R$ 2,0230 (+0,87%).

Em relação à entrevista de Mantega, ele disse ainda que o real e moedas de outros mercados emergentes se fortaleceram nos últimos anos parcialmente porque o banco central de várias economias desenvolvidas, incluindo o dos EUA, Japão e Reino Unido, inundaram seus mercados com dinheiro para tentar estimular o crescimento.

Apesar dessas políticas, o Brasil contabiliza um fluxo cambial negativo de US$ 5 bilhões neste ano. Mesmo assim, Mantega garantiu que o governo não tem planos para remover o Imposto sobre Operações Financeiras de 6% sobre ingressos de recursos para aplicações em renda fixa, bolsa e futuros de câmbio nem sobre empréstimos externos com prazo inferior a um ano.

O real "está no nível do mercado", disse ele. "Quando o real estava forte, nós interviemos muito; nós compramos dólares, elevamos as reservas, impusemos impostos para reduzir a arbitragem. Ultimamente, nossas intervenções diminuíram muito, e por que? Porque agora estamos em um equilíbrio de mercado; o real se move com o mercado".

A permanência dessa tributação se faz necessária, defendeu Mantega, porque "mesmo se os EUA começarem a desacelerar o relaxamento quantitativo, há outro país que o está acelerando", explicou.

"Haverá ainda uma liquidez excessiva" nos mercados financeiros mundiais, destacou, referindo-se principalmente ao mega programa de injeção de liquidez do Banco Central japonês, que pretende despejar no mercado US$ 1,4 trilhão até o fim de 2014.


Até agora, porém, o governo não tem visto nenhum aumento nos fluxos de capital para o Brasil desde o anúncio do novo programa de compra de ativos pelo BoJ, acrescentou Mantega.

Já o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o BC brasileiro apresentará hoje, na reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington, um estudo sobre o impacto do excesso de liquidez na economia mundial.

"Temos visto esses spillovers num volume bem significativo em alguns dos grandes programas de compras de ativos adotados nos últimos anos", disse Tombini durante a palestra "Liberalização e Gestão de Controle de Capitais", no FMI, em Washington.

Sobre a política monetária brasileira, o ministro da Fazenda também reafirmou que "a inflação no Brasil está sob controle". Ele atribui o aumento dos preços na economia doméstica a questões não-estruturais, incluindo secas nos EUA e no Brasil que cortaram colheitas e impulsionaram os preços dos alimentos.

Os efeitos desses eventos já estão diminuindo, avaliou. Ainda assim, o comandante da Fazenda assegurou que o governo deverá se manter vigilante e está pronto para agir caso o aumento de preços de fato não comece a desacelerar.

Em Nova York, às 9h44, o euro estava em US$ 1,3087, de US$ 1,3053 no fim da tarde de ontem. O dólar norte-americano recuava ante o dólar australiano (-0,11%), o dólar canadense (-0,03%), a rupia indiana (-0,09%) e o dólar neozelandês (-0,40%).

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