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Dólar recua ante o real após resutlado do IPCA-15

Com a inflação ainda pesada em meio a interesses técnicos em jogo com a aproximação do fim do mês, o dólar se sustenta no campo negativo

Após iniciar o dia cotado a R$ 1,9680 (-0,35%), interrompendo duas altas acumuladas em 1,02%, o dólar à vista no balcão caiu até R$ 1,9640 (-0,56%) (Marcos Santos/USP Imagens)
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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 11h43.

São Paulo - O dólar abriu em queda no mercado doméstico na esteira da desaceleração do IPCA-15 de fevereiro, para +0,68%, ante +0,88% em janeiro.

O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, que esperavam inflação entre 0,53% e 0,73%, mas acima da mediana de 0,61%. A taxa acumulada no ano ficou em 1,57%, e, em 12 meses, de 6,18%.

Com a inflação ainda pesada em meio a interesses técnicos em jogo com a aproximação do fim do mês, o dólar se sustenta no campo negativo. Ainda que para o governo e para o BC, a taxa de juro - e não o câmbio - é o instrumento que será usado para controlar a inflação, o mercado está certo de que um câmbio mais fraco também pode ajudar a aliviar a pressão sobre os preços.

O declínio da moeda norte-americana também interessa a uma parcela do mercado, que aposta na valorização do real, por isso, carrega uma exposição vendida em câmbio. Após iniciar o dia cotado a R$ 1,9680 (-0,35%), interrompendo duas altas acumuladas em 1,02%, o dólar à vista no balcão caiu até R$ 1,9640 (-0,56%).

No mercado futuro, às 9h52, o dólar para março de 2013 recuava 0,43%, a R$ 1,9665. Até esse horário, esse vencimento oscilou de R$ 1,9655 (-0,48%) a R$ 1,9690 (-0,30%) - máxima registrada na abertura.

Também a nota das contas externas do mês passado, que divulgada na manhã desta sexta-feira pelo Banco Central, poderá mexer com a formação de preço do câmbio. Isso porque o déficit na balança comercial e o volume de viagens de brasileiros para fora do País podem elevar o fluxo cambial negativo, aprofundando o desequilíbrio das contas externas.


A apostas do mercado é que haja um aumento do déficit no Balanço de Pagamentos do Brasil em relação a dezembro, quando foi de US$ 8,413 bilhões.

As estimativas de 21 instituições ouvidas pelo AE Projeções apontam para um saldo negativo de US$ 8,700 bilhões a US$ 13,000 bilhões no primeiro mês de 2013, com mediana de US$ 9,600 bilhões, que, se confirmado será maior do que o US$ 7,086 bilhões de janeiro de 2012. Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o déficit nas transações correntes deverá atingir US$ 8,3 bilhões.

A moeda norte-americana até pode subir durante a sessão, segundo um operador de uma corretora, já que ainda está abaixo do suposto teto informal de R$ 2,00. Contudo, segundo essa fonte, a proximidade do fim de mês e após um ganho expressivo em dois dias, é possível que os agentes "vendidos" em dólar atuem, sobretudo na primeira parte dos negócios, a fim de tentar garantir uma taxa Ptax diária mais baixa visando o seu enfraquecimento até o encerramento do mês.

Na noite de quinta-feira (21), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou que a inflação no Brasil tem mostrado resistência à queda nos últimos meses, mas deve recuar no segundo semestre. A inflação deve ficar em 2013 dentro da meta pelo décimo ano consecutivo, disse durante um palestra a estudantes da Universidade de Illinois (EUA).


Um dos fatores que deve ajudar na queda da inflação, segundo Tombini, é a previsão de safra agrícola recorde para este ano. Esse fator deve contribuir para uma pressão menor no preços dos alimentos.

O fato de a economia mundial também estar crescendo menos é um fator adicional para não haver pressão de alta nos preços de alimentos e commodities, destacou o presidente do BC. "A inflação no Brasil ficou dentro da meta por nove anos consecutivos", ressaltou.

Tombini destacou que um ritmo menor de crescimento da massa salarial vai ajudar ainda a pressionar menos os preços. A previsão é que o aumento fique na casa dos 4% a 5%. A alta recente da inflação no Brasil, disse ele, veio de um choque de preços de alimentos e da desvalorização do real.

Por isso, Tombini enfatizou que não é provável que o real tenha a mesma depreciação que em 2012. "Podemos intervir no mercado para mitigar a volatilidade excessiva do câmbio", disse. Sem maiores detalhes, ele destacou que o BC deve continuar acumulando reservas, se as condições de mercados permitirem.

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São Paulo - O dólar abriu em queda no mercado doméstico na esteira da desaceleração do IPCA-15 de fevereiro, para +0,68%, ante +0,88% em janeiro.

O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, que esperavam inflação entre 0,53% e 0,73%, mas acima da mediana de 0,61%. A taxa acumulada no ano ficou em 1,57%, e, em 12 meses, de 6,18%.

Com a inflação ainda pesada em meio a interesses técnicos em jogo com a aproximação do fim do mês, o dólar se sustenta no campo negativo. Ainda que para o governo e para o BC, a taxa de juro - e não o câmbio - é o instrumento que será usado para controlar a inflação, o mercado está certo de que um câmbio mais fraco também pode ajudar a aliviar a pressão sobre os preços.

O declínio da moeda norte-americana também interessa a uma parcela do mercado, que aposta na valorização do real, por isso, carrega uma exposição vendida em câmbio. Após iniciar o dia cotado a R$ 1,9680 (-0,35%), interrompendo duas altas acumuladas em 1,02%, o dólar à vista no balcão caiu até R$ 1,9640 (-0,56%).

No mercado futuro, às 9h52, o dólar para março de 2013 recuava 0,43%, a R$ 1,9665. Até esse horário, esse vencimento oscilou de R$ 1,9655 (-0,48%) a R$ 1,9690 (-0,30%) - máxima registrada na abertura.

Também a nota das contas externas do mês passado, que divulgada na manhã desta sexta-feira pelo Banco Central, poderá mexer com a formação de preço do câmbio. Isso porque o déficit na balança comercial e o volume de viagens de brasileiros para fora do País podem elevar o fluxo cambial negativo, aprofundando o desequilíbrio das contas externas.


A apostas do mercado é que haja um aumento do déficit no Balanço de Pagamentos do Brasil em relação a dezembro, quando foi de US$ 8,413 bilhões.

As estimativas de 21 instituições ouvidas pelo AE Projeções apontam para um saldo negativo de US$ 8,700 bilhões a US$ 13,000 bilhões no primeiro mês de 2013, com mediana de US$ 9,600 bilhões, que, se confirmado será maior do que o US$ 7,086 bilhões de janeiro de 2012. Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o déficit nas transações correntes deverá atingir US$ 8,3 bilhões.

A moeda norte-americana até pode subir durante a sessão, segundo um operador de uma corretora, já que ainda está abaixo do suposto teto informal de R$ 2,00. Contudo, segundo essa fonte, a proximidade do fim de mês e após um ganho expressivo em dois dias, é possível que os agentes "vendidos" em dólar atuem, sobretudo na primeira parte dos negócios, a fim de tentar garantir uma taxa Ptax diária mais baixa visando o seu enfraquecimento até o encerramento do mês.

Na noite de quinta-feira (21), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou que a inflação no Brasil tem mostrado resistência à queda nos últimos meses, mas deve recuar no segundo semestre. A inflação deve ficar em 2013 dentro da meta pelo décimo ano consecutivo, disse durante um palestra a estudantes da Universidade de Illinois (EUA).


Um dos fatores que deve ajudar na queda da inflação, segundo Tombini, é a previsão de safra agrícola recorde para este ano. Esse fator deve contribuir para uma pressão menor no preços dos alimentos.

O fato de a economia mundial também estar crescendo menos é um fator adicional para não haver pressão de alta nos preços de alimentos e commodities, destacou o presidente do BC. "A inflação no Brasil ficou dentro da meta por nove anos consecutivos", ressaltou.

Tombini destacou que um ritmo menor de crescimento da massa salarial vai ajudar ainda a pressionar menos os preços. A previsão é que o aumento fique na casa dos 4% a 5%. A alta recente da inflação no Brasil, disse ele, veio de um choque de preços de alimentos e da desvalorização do real.

Por isso, Tombini enfatizou que não é provável que o real tenha a mesma depreciação que em 2012. "Podemos intervir no mercado para mitigar a volatilidade excessiva do câmbio", disse. Sem maiores detalhes, ele destacou que o BC deve continuar acumulando reservas, se as condições de mercados permitirem.

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