Mercados

Dólar reage a plano de intervenção do BC e tem forte queda

Moeda recuava 1,47%, a R$2,3963 na venda, depois de chegar a cair a R$2,3801, uma queda de 2%

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 11h27.

São Paulo - O dólar registrou uma forte queda logo nos primeiros minutos de negociação nesta sexta-feira reagindo ao anúncio do Banco Central de intervir diariamente no câmbio até o fim do ano, num programa de 60 bilhões de dólares desenhado para conter a disparada da moeda norte-americana que bateu na maior cotação desde o auge da crise internacional em 2008.

Às 11h05, o dólar recuava 1,47 por cento, a 2,3963 reais na venda, depois de chegar a cair a 2,3801, uma queda de 2 por cento. Na véspera, a moeda dos Estados Unidos caiu 0,78 por cento, para 2,4320 reais.

Na noite de quinta-feira, o BC anunciou um programa de leilão cambial que terá um cronograma diário de intervenção por meio da venda de swap cambial tradicional --equivalente a venda no mercado futuro-- e oferta de linha --venda de dólares com compromisso de recompra. O objetivo, segundo o BC, é "prover hedge cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado".

O programa começa já nesta sexta-feira com o leilão de linha a ser realizado entre 11h15 e 11h20 com data de recompra 2 de janeiro de 2014.

Avaliação inicial de analistas é de que o programa não deve reverter a tendência de desvalorização do real em relação ao dólar, mas servirá para realinhar a moeda brasileira a de outros países emergentes. O real vinha sofrendo mais com a perspectiva de mudança da política monetária dos Estados Unidos por conta da deterioração das expectativas dos investidores com a condução da política econômica brasileira.

Para o Barclay's, a tendência é o dólar passar a variar em uma banda de 2,35 a 2,40 reais. "A medida deve ajudar a conter a deterioração excessiva do real e até mesmo trazer a cotação para uma faixa de variação de 2,35 a 2,40 (reais). Mas a medida não deve reverter a tendência de desvalorização do real, que tem sido guiada pela política monetária dos EUA e pela política fiscal brasileira." O dólar ultrapassou o patamar de 2,45 reais na quarta-feira atingindo a maior cotação desde 9 de dezembro de 2008, com a maior pressão vinda do mercado futuro.


Depois desse pico, analistas estão vendo um pouco menos de pressão no mercado de câmbio vinda do mercado futuro, já que investidores estrangeiros estão reduzindo as apostas na valorização da moeda.

Depois de atingir o recorde em quase cinco anos na sexta-feira da semana passada, quando os estrangeiros tinham posição líquida comprada de 10,9 bilhões de dólares no mercado de dólar futuro, esse valor caiu para 6,3 bilhões de dólares na última quinta-feira, o dado mais recente disponibilizado pela BM&F. A expectativa é que esse valor diminua ainda por conta do programa do Banco Central.

"Se os estrangeiros continuarem nesse movimento e aumentarem a ponta vendedora, a moeda pode seguir derretendo", afirmou o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki, sobre um cenário de curto prazo. "No longo prazo, a tendência ainda segue compradora apesar da bela queda de agora", emendou.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Dividendo extraordinário e ROE acima de 20%: os planos do Itaú depois do lucro de R$ 10 bi

“Banco Central saberá tomar a melhor decisão sobre juros”, diz CEO do Itaú

Em mais um dia de recuperação, Ibovespa opera em alta e dólar cai a R$ 5,60

Novo Nordisk tem lucro mais baixo no trimestre, mas vendas do Wegovy crescem 55%

Mais na Exame