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Dólar oscila dividido entre exterior e cena política local

Às 12:06, o dólar avançava 0,25 por cento, a 3,8505 reais na venda, depois de acumular perda de quase 2 por cento nos dois pregões anteriores

Imagem de arquivo: na mínima, a moeda foi a 3,8331 reais e, na máxima, a 3,8745 reais (Osman Orsal/Reuters)
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Reuters

Publicado em 29 de novembro de 2018 às 12h14.

São Paulo - O dólar operava com leves oscilações ante o real nesta quinta-feira, dividido entre o exterior benéfico em dia de força das divisas emergentes e a cautela local com o novo adiamento da votação da cessão onerosa no Senado, com alguma volatilidade por conta da formação da Ptax de final de mês.

Às 12:06, o dólar avançava 0,25 por cento, a 3,8505 reais na venda, depois de acumular perda de quase 2 por cento nos dois pregões anteriores.

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Na mínima, a moeda foi a 3,8331 reais e, na máxima, a 3,8745 reais. O dólar futuro rondava a estabilidade

"Os dados dos EUA fizeram a moeda perder força aqui...o exterior se sobrepôs ao local", explicou um operador de derivativos de um banco local.

O núcleo do índice de preços PCE dos Estados Unidos, principal medida acompanhada pelo banco central do país, ficou abaixo do esperado ao subir 0,1 por cento em outubro, indicando que a pressão inflacionária no país diminuiu.

Essa leitura reforça ainda mais o discurso "dovish" da véspera do chairman do Fed, Jerome Powell, sinalizando que os aumentos de juros nos EUA podem ser menos intensos do que se esperava inicialmente.

Mais cedo, a cena local se sobrepôs ao exterior, onde as divisas emergentes se fortalecem ainda ecoando a fala de Powell da véspera.

"Temos um ajuste técnico após duas quedas, influenciado pela briga pela Ptax e ainda pelo novo capítulo da cessão onerosa", disse mais cedo um profissional da mesa de derivativos de uma corretora estrangeira.

Ele se referia ao novo adiamento da votação, pelo Senado, do projeto de lei da cessão onerosa. Na véspera, o presidente da Casa, Eunício Oliviera (MDB-CE), disse que ainda não há entendimento. Integrantes do atual e do futuro governo discutem uma maneira de dividir parcela dos recursos a serem obtidos com a aprovação do projeto entre Estados e municípios.

Segundo Eunício, ainda há resistências por parte do governo atual, por entender que a medida poderia ferir o chamado teto de gastos.

"O risco de o projeto de lei não poder ser alterado via MP poderia levar a alterações via emendas, o que levaria a atrasos para sua aprovação dado que o projeto retornaria à Câmara", acrescentou a corretora XP Investimentos.

O leilão do pré-sal poderia gerar receita de até 130 bilhões de dólares para a União, o que ajudaria o novo governo no difícil trabalho de ajuste fiscal, que só será efetivo se o governo também conseguir aprovar a reforma da Previdência.

O movimento do dólar também era influenciado pela formação da taxa Ptax de final de mês, usada na liquidação de diversos derivativos cambiais, o que já trazia volatilidade aos negócios.

No fim do dia, será divulgada a ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve, o que também pode adicionar cautela ao longo da sessão.

O Banco Central vendeu nesta sessão os 13,14 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares, que faltavam para concluir a rolagem de 12,217 bilhões de dólares que vencem em dezembro.

Em janeiro, segundo dados do site da autoridade monetária, vencem 10,373 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional.

"Acredito que o BC deve repetir o comportamento dos meses anteriores e logo anunciar que pretende fazer a rolagem integral desses contratos", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Ainda nesta sessão o Banco Central fará seu terceiro leilão de linha, desta vez para rolagem do total de 1,25 bilhão de dólares que vencem em 4 de dezembro. Nos dois anteriores, injetou novos recursos.

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