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Dólar mantém alta e caminha a R$4,10 com preocupações eleitorais

Às 12:01, o dólar avançava 1,30%, a 4,0898 reais na venda, depois de ter fechado na véspera no patamar de 4 reais pela primeira vez desde fevereiro de 2016

Dólar mantinha a trajetória de alta dos últimos cinco pregões e caminhava em direção aos 4,10 reais (Gary Cameron/Reuters)
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Reuters

Publicado em 22 de agosto de 2018 às 10h34.

Última atualização em 22 de agosto de 2018 às 12h11.

São Paulo - O dólar mantinha a trajetória de alta dos últimos cinco pregões e caminhava em direção aos 4,10 reais nesta quarta-feira, após recentes pesquisas de intenção de votos para a eleição presidencial mostrarem cenário difícil para o candidato que mais agrada ao mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), e a possibilidade de segundo turno com a participação do PT.

Às 12:01, o dólar avançava 1,30 por cento, a 4,0898 reais na venda, depois de ter fechado na véspera no patamar de 4 reais pela primeira vez desde fevereiro de 2016, na quinta sessão consecutiva de alta.

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O maior patamar de fechamento do dólar foi batido em 21 de janeiro de 2016, quando foi a 4,1655 reais. Na máxima deste pregão, a moeda norte-americana já tocou 4,0899 reais.

O dólar futuro subia cerca de 0,60 por cento.

"As pesquisas, no geral, não mostram muitas divergências... Estamos num contexto em que Alckmin não decola", afirmou o analista-chefe da corretora Rico Investimentos, Roberto Indech.

Pesquisa Datafolha mostrou que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, lidera a corrida presidencial com 22 por cento das intenções de voto quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não aparece na disputa, seguido por Marina Silva (Rede), com 16 por cento. Neste cenário, Alckmin tem 9 por cento.

Na semana, pesquisas da CNT/MDA e Ibope já haviam mostrado quadro semelhante, que acabou estressando os mercados e levando o dólar ao patamar de 4 reais.

No cenário do Datafolha em que Lula aparece como candidato, o ex-presidente lidera com 39 por cento de apoio e 48 por cento dos entrevistados não votariam em um candidato apoiado por Lula, mas que 31 por cento disseram que votariam com certeza e 18 por cento, talvez.

"A leitura mais plausível segue de iminente segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad", trouxe a corretora H.Commcor em relatório, ao acrescentar que, se esse cenário se concretizar, "Bolsonaro será alvo da torcida do mercado financeiro, especialmente pelo economista Paulo Guedes (coordenador do programa econômico do militar na reserva)".

A disparada do dólar já alimentava avaliações sobre eventual atuação maior do Banco Central no mercado de câmbio mas, por ora, a leitura era de que ainda é cedo para esse movimento.

"Acho que ele deve aguardar um pouco, por causa de notícias externas e internas. É uma foto do momento em cima de pesquisa eleitoral", avaliou Indech, da Rico Investimentos.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 3,84 bilhões de dólares do total de 5,255 bilhões de dólares que vence em setembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Mais uma vez o mercado cambial no Brasil estava na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedia ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano

Às 15:00 (horário de Brasília), será divulgada a ata da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, com os mercados globais de olho em novas pistas sobre o rumo dos juros na maior economia do mundo. Até agora, o Fed já elevou a taxa de juros duas vezes neste ano e os agentes econômicos acreditam que outras duas altas ocorrerão neste ano diante da força econômica do país.

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