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Dólar ignora piora externa e cai à espera do BC

Moeda americana encerrou os negócios cotada a R$ 2,0240

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2012 às 16h18.

São Paulo - O dólar abriu em leve baixa e permaneceu no terreno negativo durante praticamente toda a segunda-feira. O compasso dos negócios é de espera por uma nova atuação do Banco Central (BC). O dólar encerrou os negócios cotado a R$ 2,0240, na mínima do dia, marcando o menor valor desde o dia 04, quando a moeda rompeu o piso informal de R$ 2,02, para fechar a R$ 2,019. Na ocasião, tal nível de negociação deflagrou a intervenção BC por meio de swap cambial reverso, operação equivalente à compra de dólares no mercado futuro.

Perto do fim da tarde, a piora dos índices acionários em Nova York fez que o dólar abrandasse o declínio ou acelerasse a alta ante inúmeras divisas globais, mas em relação ao real a moeda norte-americana permaneceu em baixa, retomando várias vezes a mínima do dia.

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A percepção é de que a cotação do dólar cada vez mais próxima de R$ 2,02 sinaliza que o mercado aguarda uma nova operação de swap cambial reverso. Os agentes financeiros, até o momento, estimam que o BC deverá rolar os quase R$ 3 bilhões em contratos de swap cambial reverso que vencem em 1º de novembro.

No mercado doméstico, o dólar à vista fechou a R$ 2,024 no balcão, na cotação mínima do dia. Na máxima, a moeda chegou a R$ 2,029, mantendo o padrão de oscilação em margens estreitas. O giro financeiro somava US$ 1,342 bilhão (US$ 1,283 bilhão em D+2) pouco depois das 16h30. Na BM&F, a moeda spot não teve negócios na primeira parte da sessão, abrindo apenas no período da tarde, e fechou em R$ 2,0255, com recuo de 0,07% (dado preliminar), com dois negócios. No mesmo horário, o dólar para novembro de 2012 estava cotado a R$ 2,028 (-0,15%).

Para o estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno, além do nível da moeda importa, para uma nova intervenção do BC, o cenário externo. "Havendo melhora significativa lá fora, o BC fica mais tranquilo de que a economia (doméstica) vai reagir. Se permanecer um cenário de incerteza lá fora, o BC tende a manter as intervenções com objetivo de manter a cotação neste patamar e estimular a economia", afirmou.

Em Nova York, o sentimento dos investidores mostra deterioração diante de uma série de resultados corporativos considerados mais fracos, o que acabou pesando sobre o apetite por risco no exterior. Com a piora, o euro também teve a alta ante o dólar abrandada. O dólar Index, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas, era negociado em leve alta perto das 16h30, ante um declínio de 0,10% perto do meio-dia.


Na pesquisa Focus, compilada pelo Banco Central, as projeções para a taxa de câmbio no fim de 2012 e de 2013 subiram de R$ 2,00 para R$ 2,01 nas estimativas dos analistas consultados.

Para o fechamento de outubro, a projeção subiu de R$ 2,02 para R$ 2,03. Para o fim de novembro, ficou em R$ 2,02. A mediana das projeções para o câmbio dos analistas do Top 5 médio prazo subiu de R$ 2,03 para R$ 2,04 no fim de 2012. Para o fechamento de 2013, manteve-se em R$ 2,10.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que a balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 422 milhões na terceira semana de outubro. A balança comercial acumula, no ano, até a terceira semana de outubro, superávit de US$ 17,033 bilhões. No mercado de câmbio, os agentes financeiros antecipavam déficit semanal na balança comercial.

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