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Dólar fecha em baixa por entrada de recursos e inflação

Ingressos de exportações e sentimento relativo à inflação levaram a divisa dos EUA e cair


	Dólar: a divisa norte-americana encerrou as negociações desta segunda-feira em seu patamar mais baixo desde 31 de outubro do ano passado
 (AFP)

Dólar: a divisa norte-americana encerrou as negociações desta segunda-feira em seu patamar mais baixo desde 31 de outubro do ano passado (AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 16h32.

O dólar passou o dia em declínio no mercado à vista de balcão, e chegou a tocar a faixa de R$ 2,02, reagindo à entrada de recursos e à percepção de que uma inflação pressionada favorece a fraqueza da moeda norte-americana.

Neste ambiente, o entendimento dos agentes financeiros é que o recuo do dólar dá mais conforto para a autoridade monetária, principalmente no que se refere à inflação, e, com isso, participantes do mercado reduzem expectativas quanto a novas intervenções. O dólar fechou cotado a R$ 2,0310, com queda de 0,34% nesta segunda-feira, no menor valor para a moeda desde 31 de outubro de 2012.

Um fluxo positivo predominou durante os negócios. "Há ingressos de exportação, então, continuamos com oferta maior (de dólar)", relatou um operador. Também, a "calmaria" permanece, citou um analista, já que grandes corporações estão fora do mercado por férias coletivas, depois de um mês de dezembro de intensa atividade para honrar compromissos de final de ano no exterior.

Do lado de atividade e inflação, "os dados na Focus não foram tão bons. (Projeções de) inflação para cima e de desaceleração para o PIB (Produto Interno Bruto) começam mostrar que o panorama não vai ficar tão bonito como estava parecendo no final do ano", mencionou o gerente de câmbio da Multi Money Corretora de Câmbio, Durval Correa. "Caminhando do jeito que estão as coisas, é do interesse do BC que o real continue como está (mais valorizado)", observou.


A pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central nesta manhã, indica que a projeção de inflação para o IPCA em 2013 passou de 5,47% para 5,49%. Há um mês, estava em 5,40%. O levantamento ainda mostra que a previsão de crescimento da economia brasileira em 2013 recuou de 3,30% para 3,26%. Também mais cedo, divulgação da FGV apontou que o IGP-DI subiu 0,66% em dezembro, ante 0,25% em novembro.

No mercado à vista de balcão, o dólar renovou a mínima, de R$ 2,0250, antes do horário da formação da Ptax, que encerrou o dia a R$ 2,0312, com queda de 0,55%. Na máxima, a moeda tocou R$ 2,0360, no balcão. Na BM&F, o dólar pronto fechou a R$ 2,0263, com queda de 0,38% e um negócio (dado preliminar). O giro financeiro na clearing somava US$ 1,961 bilhão perto das 16h30. O dólar para fevereiro era cotado a R$ 2,0385, com queda de 0,17%, no mesmo horário.

No exterior, o dólar Index, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas, permaneceu em declínio à tarde.

Nesta semana, o mercado de câmbio estará atento às questões de política monetária nas economias avançadas. Uma série de discursos de membros do Federal Reserve (banco central norte-americano) é aguardada com atenção, diante da ata que mostrou os diretores divididos sobre o momento para a retirada de estímulos. Do outro lado do Atlântico, o foco recai sobre as reuniões do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE), na quinta-feira (10).

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