Mercados

Dólar fecha a semana com valorização de 0,95%

No pregão desta sexta-feira, a moeda avançou 0,19%, atingindo a máxima em três semanas

Dólar: moeda fechou a sessão desta sexta negociada a R$ 4,09 (iStock/Getty Images)

Dólar: moeda fechou a sessão desta sexta negociada a R$ 4,09 (iStock/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 10 de janeiro de 2020 às 17h35.

Última atualização em 10 de janeiro de 2020 às 18h14.

São Paulo — O dólar ganhou força no fim da sessão e fechou em alta ante o real nesta sexta-feira, na máxima em três semanas, acompanhando o fortalecimento da moeda no exterior, especialmente contra divisas emergentes, na esteira de renovadas preocupações geopolíticas.

A divisa passou boa parte do dia em baixa --chegando a uma mínima de 4,0621 reais na venda (queda de 0,59%), por volta de 10h30--, com investidores analisando a inflação mais alta de dezembro, que desestimula apostas de novos cortes de juros pelo Banco Central --o que deixaria o real menos atrativo em relação a outras moedas.

À tarde, contudo, a cotação passou a tomar fôlego influenciada por compras defensivas antes do fim de semana. O movimento acelerou nos 15 minutos finais do pregão no mercado interbancário, com renovadas tensões entre Estados Unidos e Irã.

No fechamento, o dólar subiu 0,19%, a 4,094 reais na venda. É o maior patamar para um término de sessão desde 20 de dezembro do ano passado (4,0949 reais na venda). Na máxima, foi a 4,0993 reais na venda.

Na semana, a cotação subiu 0,95% --a segunda consecutiva de ganhos e a maior alta semanal desde a semana finda em 29 de novembro do ano passado (+1,14%).

No exterior, moedas emergentes como peso chileno e rand sul-africano aceleraram as perdas, enquanto o iene, divisa demandada em períodos de maior instabilidade, zerava a queda ante o dólar.

O começo de 2020 tem sido misto para moedas emergentes. O dólar já sobe 2% ante o real e ganha cerca de 2,5% contra o peso chileno e o rand sul-africano. Lira turca e peso mexicano, na contramão, se valorizam.

"(O ano de) 2020 está demonstrando que o caminho para a valorização de moedas emergentes não é linear e apresenta riscos", disseram estrategistas do Bank of America em nota a clientes. "Os fatores de riscos geopolíticos estão aumentando, principalmente no Oriente Médio.... Por ora, os riscos estão contidos... mas é evidente que um prêmio de risco está sendo incorporado em ouro e petróleo", acrescentaram.

A expectativa para o real, porém, ainda segue positiva, segundo o BofA, diante de um cenário no qual a agenda de reformas traga investimento de portfólio, melhorando o fluxo cambial, que no ano passado teve o pior resultado da história.

O BofA espera que a taxa de câmbio fique em 4,01 reais por dólar ao fim de março deste ano.

Acompanhe tudo sobre:DólarMoedas

Mais de Mercados

Reunião de Lula e Haddad e a escolha de Scott Bessent: os assuntos que movem o mercado

Do dólar ao bitcoin: como o mercado reagiu a indicação de Trump para o Tesouro?

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3