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Dólar encosta a R$3,20 após notícia sobre Hillary e PIB dos EUA

A moeda já subia de forma consistente desde cedo, influenciada pelo crescimento mais forte do que o esperado na economia dos EUA

Dólar: o dólar avançou 1,3%, a 3,1965 reais na venda, perto da máxima do dia, de 3,2056 reais (foto/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 28 de outubro de 2016 às 17h39.

São Paulo - O dólar fechou a sexta-feira com alta de 1,3 por cento, bem próximo do patamar de 3,20 reais, impactado pela notícia de que o FBI abriu nova investigação sobre emails da candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton , algo que poderia arranhar sua candidatura.

A moeda norte-americana já subia de forma consistente desde cedo, influenciada pelo crescimento mais forte do que o esperado na economia dos Estados Unidos, em meio às apostas de que os juros devem voltar a subir neste ano na maior economia do mundo. A proximidade da formação da Ptax também pesou.

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O dólar avançou 1,30 por cento, a 3,1965 reais na venda, perto da máxima do dia, de 3,2056 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,60 por cento no final da tarde.

Na semana, a moeda norte-americana acumulou ganhos de 1,14 por cento sobre o real, interrompendo três quedas semanais seguidas.

"Ninguém quer ficar vendido no final de semana com esse tipo de notícia no ar", resumiu um operador de uma corretora nacional, referindo-se às eleições norte-americanas.

O FBI informou nesta tarde que a agência vai investigar emails adicionais que surgiram relacionados com o uso de um servidor de email pessoal de Hillary para determinar se contêm informações sigilosas, acrescentando que não está claro o quão significativo o novo material pode ser.

A candidata democrata agrada mais ao mercado do que o republicano Donald Trump e a notícia saiu a poucos dias da eleição norte-americana, em 8 de novembro. Até agora, Hillary tem estado à frente nas pesquisas de opinião.

Uma das moedas mais afetas pela notícia foi o peso mexicano, que passou a subir por causa da posição adversa que Trump tem em relação aos imigrantes.

Durante toda a sessão, o dólar exibiu forte valorização ante o real, com a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu à taxa anual de 2,9 por cento no trimestre passado, melhor que a previsão de alta de 2,5 por cento em pesquisa Reuters..

Com o resultado, os juros futuros dos EUA passaram a precificar chances de 83 por cento de o Federal Reserve, banco central do país, elevar a taxa de juros na reunião de 13 e 14 de dezembro, acima das apostas de 78 por cento na véspera, de acordo com o programa FedWatch do CME Group.

Após da notícia sobre Hillary as apostas recuaram para 74 por cento.

A trajetória de elevação do dólar no Brasil ainda teve sustentação na briga pela formação da Ptax --taxa mensal que serve de referência para diversos contratos cambiais-- no final do mês.

Também pesou o fato de o Banco Central ter anunciado que deixará de anular integralmente os swaps tradicionais --equivalente à venda futura de dólares--, com vencimento em 1º de novembro. Hoje, esse estoque está em 2,96 bilhões de dólares, segundo o BC.

O BC vendeu nesta manhã o lote integral de 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de moeda.

Os ingressos de recursos por conta da regularização de ativos brasileiros no exterior chegaram a suavizar um pouco os ganhos do dólar ante o real em momentos do dia, mas foram insuficientes para inverter a trajetória.

Segundo profissionais, o fluxo já estaria se esgotando.

"Na minha avaliação, acredito que o principal fluxo da repatriação já aconteceu", comentou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

O prazo para regularização termina na próxima segunda-feira. Segundo a Receita Federal, até as 17:00 de quinta-feira, a arrecadação com imposto e multa no âmbito da regularização havia chegado a 45,78 bilhões de reais.

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