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Dólar descola do exterior e tem estabilidade atento ao BC

Os investidores entenderam, portanto, que esse nível configurava um piso informal para a moeda, que tem sido negociada em torno de R$ 2,02 e R$ 2,03

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)
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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2012 às 12h13.

São Paulo - O dólar seguia alheio a uma série de notícias e indicadores no exterior que impusionava o apetite por risco do investidor, e rondava a estabilidade ante o real nesta terça-feira, evidenciando a baixa volatilidade do mercado devido ao receio de intervenção das autoridades brasileiras.

Às 11h56, a moeda norte-americana tinha oscilação positiva de 0,02 por cento, para 2,0359 reais na venda.

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"As bolsas lá fora estão em alta... mas o câmbio não está reagindo muito. Essa baixa volatilidade é reflexo da expectativa de que o governo usará as medidas que tem para manter o dólar acima de 2 reais", afirmou o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.

Quando o dólar ameaçou cair abaixo de 2 reais em meados de setembro, o Banco Central atuou com força para segurar o movimento, repetindo a ação no início de outubro em resposta a uma melhora do sentimento no exterior.

Os investidores entenderam, portanto, que esse nível configurava um piso informal para a moeda, que tem sido negociada em torno de 2,02 e 2,03 reais.

Autoridades do governo também expressaram que o real mais desvalorizado é favorável para a indústria brasileira e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o país usaria as ferramentas que tem para segurar uma valorização excessiva da moeda, citando um uso possível de impostos sobre capital de curto prazo.

"O investidor estrangeiro acaba perdendo o interesse (pelo mercado de câmbio brasileiro) por causa dessas ameaças... E essa expectativa de que o governo pode usar imposto assusta bastante, porque isso enxuga a liquidez do mercado", disse Nakahodo.

No exterior, os investidores corriam para ativos de risco após dados acima das expectivas na Alemanha e nos Estados Unidos e com a possibilidade de a Espanha solicitar um resgate em breve. Dessa forma, o dólar cedia 0,30 por cento em relação a uma cesta de moedas, enquanto o euro avançava 0,54 por cento em relação à moeda norte-americana.


O sentimento do analista e do investidor da Alemanha subiu pelo segundo mês seguido em outubro, para -11,5 ante -18,2 no mês anterior, enquanto a produção industrial nos Estados Unidos avançou 0,4 por cento em setembro, acima da previsão de aumento de 0,2 por cento.

Durante a sessão, o mercado de câmbio brasileiro poderá ser pressionado por essas notícias e apresentar uma queda mais expressiva, de acordo com o operador de câmbio da Intercam Corretora Glauber Romano.

"Hoje era um dia para o mercado se aproximar dos 2,02 reais, mesmo porque ontem o dólar já fechou com tendência de queda. Mas o giro está bem pequeno, o que pode estar segurando um recuo maior", afirmou o operador.

Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava em torno de 383 milhões de dólares.

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