Dólar comercial abre em baixa de 0,06%, a R$ 1,728

Por Cristina Canas

São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em baixa de 0,06%, negociado a R$ 1,728 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de sexta-feira, a moeda americana subiu 0,46% e foi cotada a R$ 1,729 no fechamento. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu o dia em baixa de 0,10%, a R$ 1,7253.

A reação positiva dos mercados à confirmação de um pacote de ajuda à Irlanda, de 85 bilhões de euros, foi morna e durou pouco. As negociações e os números foram ventilados durante toda a semana passada e isso justifica, em parte, o alívio pontual. Mas o motivo mais importante para o efeito efêmero que o pacote de ajuda à Irlanda mostra nos negócios é o fato de que os investidores estão pressionando por um resgate a Portugal e, na sequência, à Espanha. Hoje, a taxa do seguro da dívida da Itália e da Bélgica também subiram.

O limite da eficiência do pacote de ajuda à Irlanda também é resultado de fatores externos à realidade da zona do euro (que reúne os 16 países que adotam o euro como moeda), principalmente dos temores de alta de juros na China e das tensões entre as duas Coreias, ambos assuntos que permeiam os negócios há vários dias.

No Brasil, o cenário externo tenso hoje deve ser pano de fundo para os movimentos em torno da rolagem de posições e formação de ptax com vistas ao vencimento dos contratos futuros de dólar dezembro, que ocorre no próximo dia 1º. A ptax é a taxa de câmbio calculada pelo Banco Central (BC) que serve de referência para a liquidação dos contratos futuros.

A liquidação se dará pela taxa de câmbio média ponderada pelo número de negócios de amanhã, mas como é habitual, os investidores tendem a se movimentar desde já na tentativa de encontrar um valor que mais se aproxime dos interesses determinados pelas posições assumidas. A percepção dos operadores, com base em dados das posições em aberto na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) é de que os investidores estão vendidos em dólar e tentarão minimizar as pressões de alta da moeda norte-americana. Isso tende a ocorrer mais fortemente a partir da tarde de hoje.