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Da Redação
Publicado em 1 de março de 2011 às 09h13.
Por Cristina Canas
São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em leve queda de 0,06%, negociado a R$ 1,664 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de ontem, a moeda americana avançou 0,12% e foi cotada a R$ 1,665 no fechamento. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar à vista abriu em leve queda de 0,04%, a R$ 1,6622.
Apesar da disposição que o Banco Central (BC) mostrou ontem para sustentar a cotação do dólar ante o real, com a realização de cinco leilões de compra e taxas de corte acima dos valores de mercado, os operadores esperam mais uma abertura em queda hoje. O tom é dado pelo exterior, onde os mercados procuram superar os problemas do Oriente Médio e do norte da África, para se concentrar nos últimos indicadores econômicos divulgados em economias importantes como Europa e China.
Diante do sentimento de alívio internacional, o dólar, que nem durante a onda recente de aversão ao risco foi capaz de atrair o apetite dos investidores, tende a se enfraquecer ainda mais. Principalmente em relação ao euro, o que habitualmente influencia também as moedas emergentes, como o real.
O combustível para a moeda única, hoje, foi o índice que mede atividade no setor manufatureiro da zona do euro, que subiu de 57,3 em janeiro para 59 em fevereiro, atingindo o maior nível desde junho de 2000. Paralelamente, a taxa de desemprego caiu na região, enquanto o índice de preços preliminar de fevereiro ficou em 2,4%, novamente acima da meta do BCE. Ou seja, há motivos novos para fortalecer a percepção de que o juro europeu subirá antes do previsto e mais cedo do que as taxas norte-americanas, reforçando a procura por euro em detrimento do dólar.
O tempero para os negócios pode vir da agenda norte-americana. Os indicadores a serem divulgados - índice de atividade industrial (ISM) e investimentos em construção - não são dos mais observados pelos investidores, mas também não são inócuos. O destaque, no entanto, deve ser o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, que apresenta o relatório de política monetária ao Comitê Bancário do Senado, a partir das 12 horas (horário de Brasília).
Hoje também começa a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para definir a nova taxa de juros. Mas o resultado só sai amanhã e o impacto maior deve ficar para as taxas dos DIs. Assim, a vedete do câmbio deve continuar sendo o Banco Central (BC) e seus leilões diários sem padrão nem quantidade previsíveis.