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Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2010 às 07h08.
Por Cristina Canas
São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em alta de 0,36%, negociado a R$ 1,685 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,77%, cotada a R$ 1,679. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu as negociações em alta de 0,38%, a R$ 1,685.
Ontem, quase 20% dos eleitores brasileiros votaram em Marina Silva (PV), o que tirou votos da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Agora, Dilma precisará enfrentar o candidato do PSDB, José Serra, no segundo turno. Isso deve realimentar as especulações no mercado de câmbio, que esperava uma intervenção além dos leilões diários de compra no mercado à vista nos próximos dias.
Quem criou a expectativa foi o ministro Mantega, ao atrelar alterações no câmbio ao calendário eleitoral. Na semana passada, ao comentar a possibilidade de mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Mantega disse que nada seria feito de imediato, mas acrescentou: "depois das eleições, não sei". "É claro que todas as possibilidades continuam em aberto", afirmou. Ontem, ao saber que teria de enfrentar mais uma etapa de campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de ministros e líderes do PT, na qual estiveram Mantega e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles.
A avaliação de que o governo e o BC podem postergar a adoção de novas medidas para evitar a valorização cambial deve ser um componente de pressão de queda do dólar. "Com o segundo turno, o mercado vai adiar a expectativa de outra medida no câmbio. E isso deve ajudar o dólar a ficar menos pressionado do que no exterior", disse um operador.
O mercado também ficará de olho no fluxo de dólares para o País. Depois do recorde de captações ter sido batido em setembro, o movimento desacelerou. Na sexta-feira, fontes de mercado comentavam que a Votorantim adiou sua operação, de US$ 500 milhões, por causa da demanda fraca.