Dólar cai pelo 3o dia e cola em R$1,80, mínima em um mês
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caiu pela terceira sessão consecutiva nesta sexta-feira, voltando ao mesmo patamar de quase um mês atrás, com mais interesse de investidores estrangeiros em ativos locais. A moeda norte-americana recuou 0,93 por cento, para 1,805 real. É a menor cotação de fechamento desde 21 de janeiro. No mês, o […]
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2010 às 16h02.
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar caiu pela terceira sessão consecutiva nesta sexta-feira, voltando ao mesmo patamar de quase um mês atrás, com mais interesse de investidores estrangeiros em ativos locais.
A moeda norte-americana recuou 0,93 por cento, para 1,805 real. É a menor cotação de fechamento desde 21 de janeiro. No mês, o dólar acumula queda de 4,24 por cento.
De acordo com profissionais de mercado ouvidos pela Reuters, a atuação de investidores estrangeiros no mercado futuro está por trás da recente queda do dólar. Desde 9 de fevereiro, os não-residentes têm se desfeito de posições defensivas criadas em meio ao temor sobre a situação fiscal da Grécia e a possibilidade de um agravamento da crise.
Segundo dados da BM&FBovespa, os estrangeiros tinham na quinta-feira 4,225 bilhões de dólares em posições compradas na moeda norte-americana. No dia 9, essas posições --que equivalem a uma aposta na alta do dólar-- eram de 7,037 bilhões de dólares nos mercados de cupom cambial e dólar futuro.
"Com o cenário mais positivo depois do Carnaval, eles reverteram e venderam um pouco", disse o operador de câmbio de uma corretora nacional, que preferiu não ser citado.
A maior simpatia dos investidores estrangeiros com o real foi acompanhada por um retorno à bolsa paulista. Na Quarta-Feira de Cinzas, por exemplo, houve 589 milhões de reais em compras líquidas de ações --invertendo as saídas do começo do mês. Agora, o saldo dos estrangeiros na Bovespa está positivo em 414 milhões de reais no mês, até dia 17.
Nesta sessão, a queda do dólar ante o real também foi favorecida pelo comportamento dos mercados internacionais, já que, à tarde, começou a predominar no mercado a avaliação de que a decisão do Federal Reserve de subir a taxa de redesconto não representou um aperto monetário, e sim um sinal de fortalecimento do setor financeiro global.
Num primeiro momento, o dólar havia se fortalecido em todo o mundo por conta da decisão do Fed de elevar a taxa de juro cobrada de bancos em empréstimos emergenciais de 0,50 para 0,75 por cento.
"O euro reagiu bem agora à tarde. Ontem sofreu bastante com o anúncio do Fed, mas acho que já digeriu a informação. Afinal, o Fed disse que não mudou a visão da economia", disse o operador de câmbio de um importante banco nacional, que também preferiu não ser identificado.
Dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa mostram um volume de pouco mais de 2 bilhões de dólares nas operações do mercado à vista a poucos minutos do fim da sessão. Os dados incluem a maior parte das operações, mas exclui o leilão de compra do Banco Central.