Dólar cai com realização de lucro, mas fecha a semana em alta
O dólar recuou 0,15%, a 3,2311 reais na venda, depois de bater 3,2171 reais na mínima do dia e 3,2643 reais na máxima, pela manhã
Reuters
Publicado em 4 de novembro de 2016 às 17h19.
São Paulo - O dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira, em movimento de realização de lucros , após ter passado boa parte do pregão em alta com expectativas de que os juros nos Estados Unidos subirão em breve e cautela com as eleições na maior economia do mundo.
O dólar recuou 0,15 por cento, a 3,2311 reais na venda, depois de bater 3,2171 reais na mínima do dia e 3,2643 reais na máxima, pela manhã. O dólar futuro caía cerca de 0,6 por cento no final desta tarde.
Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 1,08 por cento sobre o real, segunda semana seguida de valorização.
"A volatilidade é natural com tantas incertezas na cabeça dos investidores. E houve quem aproveitou as cotações em alta para vender dólares no mercado", comentou operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, para quem a volatilidade deve continuar até as eleições nos Estados Unidos, marcadas para o próximo dia 8.
O dólar atingiu o nível de 3,10 reais no último dia 25 de outubro, em função do forte ingresso de recursos com a regularização de ativos brasileiros no exterior.
De lá para cá, subiu até 3,24 reais no dia 1º de novembro, em boa medida com a perda de fôlego de Hillary Clinton na campanha eleitoral norte-americana.
A corrida pela Casa Branca se acirrou significativamente na última semana, à medida que diversos Estados decisivos que o republicano Donald Trump precisa ganhar deixaram de apoiar claramente a democrata Hillary, de acordo com pesquisa do projeto Estados da Nação, da Reuters/Ipsos.
Outro levantamento divulgado mais cedo mostrou que Hillary liderava a disputa por três pontos percentuais, segundo pesquisa Washington Post-ABC.
Pela manhã, o dólar também se manteve em alta após números sólidos do mercado de trabalho norte-americano terem ratificado as apostas de alta de juros em breve na maior economia do mundo.
"Os números mostraram força do mercado de trabalho (nos EUA) e o Fed tem mais um fator a favor da alta dos juros em dezembro", comentou pela manhã um gestor de um banco doméstico.
Os empregadores dos Estados Unidos mantiveram o ritmo forte de contratações em outubro e elevaram os salários dos trabalhadores.
A criação de vagas fora setor agrícola atingiu 161 mil no mês passado, e os dados de agosto e setembro foram melhorados.
Com isso, os mercados financeiros nos Estados Unidos reforçaram as apostas de juros mais elevados em breve, com apostas de 70 por cento.
Ao elevar os juros, o Fed aumenta a atratividade do país e pode levar investidores a retirarem recursos de países emergentes como o Brasil, o que pressionaria o câmbio local.
O Banco Central vendeu nesta manhã o lote integral de até 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de moeda.