Exame Logo

Dólar cai ante real com maior apetite por risco no exterior

A moeda norte-americana caiu 0,62 por cento, valendo 1,7585 real na venda

A sessão foi volátil, com investidores digerindo notícias sobre a crise de dívida na zona do euro (Alex Wong/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2011 às 17h11.

São Paulo - O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, devolvendo parte da alta da véspera atento à melhora do humor internacional.

A sessão, contudo, foi volátil, com investidores digerindo notícias sobre a crise de dívida na zona do euro, menor crescimento da economia chinesa e alguns balanços corporativos nos Estados Unidos não tão fortes quanto o esperado.

A moeda norte-americana caiu 0,62 por cento, valendo 1,7585 real na venda. Ao longo do dia, a cotação oscilou entre alta de 0,99 por cento (1,7870 real) e baixa de 0,82 por cento (1,7550 real).

Na segunda-feira, o dólar havia subido 2,28 por cento, interrompendo uma sequência de oito quedas.

"O mercado aqui está muito dependente do exterior. O que houve hoje foi uma amostra disso", disse o economista-chefe da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti.

Mais cedo, números mostrando nova desaceleração no ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês, associados ao alerta da agência de classificação de risco Moody's sobre o rating soberano da França, desestimularam aplicações em ativos considerados de risco, favorecendo a alta do dólar e queda nas bolsas de valores.

Mas no meio da tarde os mercados se recuperaram, reavaliando os resultados de empresas nos EUA e em meio a informações de que o Banco Central Europeu (BCE) estaria comprando títulos soberanos da Itália, um dos países afetados pela crise de dívida que tem sacudido os mercados financeiros há dois anos.


Para Barbutti, a queda do dólar nesta sessão também reflete um maior fluxo de recursos no mercado, uma vez que o Banco Central (BC) interrompeu a partir do mês passado as compras de moeda no mercado à vista. "Tem entrado dinheiro e o BC não tem comprado, deixando recursos circulando no mercado", disse.

A interrupção das compras de dólares visava conter a disparada do dólar, que em setembro chegou a ser cotado pouco acima de 1,95 real. A autoridade monetária também retomou à venda de moeda no mercado futuro, por meio de contratos de swap cambial tradicional.

O salto de 18 por cento da taxa de câmbio no mês passado também foi atribuído às perspectivas de mais quedas da taxa básica de juros, o que em tese deixaria as aplicações em real menos atrativas.

Segundo um operador de câmbio de uma corretora paulista, as expectativas de novos cortes da Selic --hoje em 12,00 por cento-- "já estão no preço" de alguma forma, o que limitaria uma nova onda de valorização do dólar.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciará na quarta-feira, após o fechamento dos mercados, a nova Selic. Das 26 instituições financeiras consultadas em pesquisa da Reuters, 22 projetam queda de 0,50 ponto, levando-a a 11,50 por cento ao ano, duas estimavam corte de 1 ponto e duas apostavam em 0,75 ponto de redução.

Veja também

São Paulo - O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, devolvendo parte da alta da véspera atento à melhora do humor internacional.

A sessão, contudo, foi volátil, com investidores digerindo notícias sobre a crise de dívida na zona do euro, menor crescimento da economia chinesa e alguns balanços corporativos nos Estados Unidos não tão fortes quanto o esperado.

A moeda norte-americana caiu 0,62 por cento, valendo 1,7585 real na venda. Ao longo do dia, a cotação oscilou entre alta de 0,99 por cento (1,7870 real) e baixa de 0,82 por cento (1,7550 real).

Na segunda-feira, o dólar havia subido 2,28 por cento, interrompendo uma sequência de oito quedas.

"O mercado aqui está muito dependente do exterior. O que houve hoje foi uma amostra disso", disse o economista-chefe da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti.

Mais cedo, números mostrando nova desaceleração no ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês, associados ao alerta da agência de classificação de risco Moody's sobre o rating soberano da França, desestimularam aplicações em ativos considerados de risco, favorecendo a alta do dólar e queda nas bolsas de valores.

Mas no meio da tarde os mercados se recuperaram, reavaliando os resultados de empresas nos EUA e em meio a informações de que o Banco Central Europeu (BCE) estaria comprando títulos soberanos da Itália, um dos países afetados pela crise de dívida que tem sacudido os mercados financeiros há dois anos.


Para Barbutti, a queda do dólar nesta sessão também reflete um maior fluxo de recursos no mercado, uma vez que o Banco Central (BC) interrompeu a partir do mês passado as compras de moeda no mercado à vista. "Tem entrado dinheiro e o BC não tem comprado, deixando recursos circulando no mercado", disse.

A interrupção das compras de dólares visava conter a disparada do dólar, que em setembro chegou a ser cotado pouco acima de 1,95 real. A autoridade monetária também retomou à venda de moeda no mercado futuro, por meio de contratos de swap cambial tradicional.

O salto de 18 por cento da taxa de câmbio no mês passado também foi atribuído às perspectivas de mais quedas da taxa básica de juros, o que em tese deixaria as aplicações em real menos atrativas.

Segundo um operador de câmbio de uma corretora paulista, as expectativas de novos cortes da Selic --hoje em 12,00 por cento-- "já estão no preço" de alguma forma, o que limitaria uma nova onda de valorização do dólar.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciará na quarta-feira, após o fechamento dos mercados, a nova Selic. Das 26 instituições financeiras consultadas em pesquisa da Reuters, 22 projetam queda de 0,50 ponto, levando-a a 11,50 por cento ao ano, duas estimavam corte de 1 ponto e duas apostavam em 0,75 ponto de redução.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame