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Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2011 às 17h08.
São Paulo - O dólar fechou em leve queda nesta sexta-feira, mantendo-se nas mínimas desde agosto de 2008 num dia de razoável bom humor e menor aversão a risco nos mercados internacionais.
A alta da moeda no exterior, contudo, limitou o movimento.
A cotação caiu 0,13 por cento, a 1,578 real na venda. No acumulado da semana, a divisa subiu 0,25 por cento, mas no mês ainda perde 3,25 por cento.
No mesmo horário, o índice DXY <.DXY>, que mede o valor do dólar ante uma cesta de divisas, avançava 0,27 por cento, com o euro em baixa de 0,45 por cento.
"Se nada de novo com relação a medidas acontecer, se nada de muito ruim no exterior ocorrer, o dólar deve manter essa tendência de baixa", comentou Victor Asdourian, operador de câmbio da Hencorp Commcor Corretora.
"É fato que as quedas diminuíram de intensidade porque tem havido saída de recursos e o Banco Central continua atuando, mas no curto prazo sem grandes surpresas o dólar devem seguir em baixa." O mercado tem se sentido mais confortável para vender dólares após notícias na mídia sugerirem que o governo toleraria um real mais forte nos esforços contra a inflação.
Mas, após seguidas quedas, parte dos players resolveram dar uma pausa e recompor posições, o que vem limitando recuos mais acentuados.
De todo modo, algumas intituições começaram a rever suas projeções para a taxa de câmbio para o final deste ano. Uma delas foi o HSBC, que reduziu a estimativa para o dólar este ano de 1,60 a 1,52 real, menor cotação desde janeiro de 1999.
Para os analistas Constantin Jancso e Marjorie Hernandez, o movimento deve ser gradual e continuará governado pelo ingresso de recursos financeiros em níveis "sem precedentes" e pelo patamar mais elevado dos termos de troca.
A despeito do saldo negativo de 14 milhões de dólares em abril até dia 8, o superávit cambial já soma 35,578 bilhões de dólares em 2011, bem mais que 24,354 bilhões de dólares apurados em todo o ano passado [ID:nN13268213].
Na próxima semana, investidores vão continuar atentos aos números de fluxo cambial e, também na quarta-feira, à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic, para a qual não há consenso entre elevação de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.
Atualmente em 11,75 por cento ao ano, a elevada taxa de juro é apontada por alguns profissionais como um dos fatores responsáveis pela grande quantidade de capitais que tem ingressado ao país.