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Dólar cai 1,44% e vai abaixo de R$ 3,74 com cena política

Moeda não atingia este patamar há três meses, desde 9 de dezembro do ano passado

Dólar: ao longo da sessão, moeda chegou a passar de R$ 3,80 por preocupações com a China e queda no preço do petróleo (thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2016 às 17h30.

SÃO PAULO - O dólar fechou em queda de quase 1,5 por cento frente ao real nesta terça-feira, indo abaixo de 3,74 reais depois de três meses, influenciado por expectativas com a cena política brasileira e pela atuação mais contundente do Banco Central .

O dólar recuou 1,44 por cento, a 3,7389 reais na venda, menor patamar desde 9 de dezembro (3,7370 reais). A moeda norte-americana chegou a subir a 3,8038 reais na máxima desta sessão, influenciada por números fracos sobre o comércio na China e pelo tombo dos preços do petróleo.

O dólar futuro, que havia reduzido o avanço após o fechamento do mercado à vista na véspera, caía cerca de 1,2 por cento no final desta tarde.

"Mudou um pouco o tom do mercado local desde a semana passada. Se antes todo o mercado estava muito pessimista, agora algumas pessoas estão vendo motivo para vender (dólares)", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

O real foi a moeda com melhor desempenho na América Latina, mantendo a tendência da semana passada. O tom positivo, no geral, tem predominado no mercado doméstico conforme cresce a percepção de que os escândalos de corrupção no âmbito da operação Lava Jato estariam elevando a chance de a presidente Dilma Rousseff não concluir seu mandato.

Segundo operadores, o mercado não está trabalhando com chances totais de impeachment. Isso significa que, no curto prazo, a volatilidade deve imperar, já que tantos notícias positivas quanto negativas para o governo têm espaço para gerar movimentos fortes nas cotações.

"O mercado vai ser completamente guiado pelo noticiário político, pode jogar fora o noticiário econômico. Ou seja, é completamente imprevisível", disse o sócio-gestor da Absolute Investimentos Roberto Campos.

A queda do dólar nesta sessão também veio em reação à atuação do BC, que anunciou para quarta-feira leilão de venda de até 2 bilhões de dólares em novos contratos com compromisso de recompra. Profissionais do mercado afirmaram que a operação tem objetivo de corrigir desequilíbrios entre os mercados futuro e à vista, e não mira patamares específicos para o câmbio.

É a segunda vez em três sessões em que o BC foge do script em suas atuações cambiais. Na sexta-feira, a autoridade monetária vendeu apenas parcialmente a oferta de swaps cambiais em leilão para rolagem dos contratos que vencem em abril, algo que não acontecia havia muito tempo.

Nesta manhã, o BC promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem no próximo mês, vendendo a oferta total de 9,6 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou 2,723 bilhões de dólares, ou cerca de 27 por cento do lote total, que equivale a 10,092 bilhões de dólares.

O movimento do dólar sobre o real destoou dos mercados internacionais, onde predominava a aversão a risco diante de dados mostrando que o desempenho comercial da China em fevereiro foi muito pior do que a expectativa de economistas.

"Ainda que o quadro pareça mais estável na China, com o governo sinalizando que adotará estímulos fiscais e monetários nos próximos meses, os dados recentes aumentaram a cautela dos investidores", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.

Também contribuiu para o clima negativo no exterior a queda dos preços do petróleo, após o Kuwait afirmar que concordará em congelar a produção apenas se os principais produtores da commodity participarem do acordo.

Relatório do Goldmans Sachs afirmando que o rali recente é prematuro e insustentável também pesou.

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O dólar recuou 1,44 por cento, a 3,7389 reais na venda, menor patamar desde 9 de dezembro (3,7370 reais). A moeda norte-americana chegou a subir a 3,8038 reais na máxima desta sessão, influenciada por números fracos sobre o comércio na China e pelo tombo dos preços do petróleo.

O dólar futuro, que havia reduzido o avanço após o fechamento do mercado à vista na véspera, caía cerca de 1,2 por cento no final desta tarde.

"Mudou um pouco o tom do mercado local desde a semana passada. Se antes todo o mercado estava muito pessimista, agora algumas pessoas estão vendo motivo para vender (dólares)", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

O real foi a moeda com melhor desempenho na América Latina, mantendo a tendência da semana passada. O tom positivo, no geral, tem predominado no mercado doméstico conforme cresce a percepção de que os escândalos de corrupção no âmbito da operação Lava Jato estariam elevando a chance de a presidente Dilma Rousseff não concluir seu mandato.

Segundo operadores, o mercado não está trabalhando com chances totais de impeachment. Isso significa que, no curto prazo, a volatilidade deve imperar, já que tantos notícias positivas quanto negativas para o governo têm espaço para gerar movimentos fortes nas cotações.

"O mercado vai ser completamente guiado pelo noticiário político, pode jogar fora o noticiário econômico. Ou seja, é completamente imprevisível", disse o sócio-gestor da Absolute Investimentos Roberto Campos.

A queda do dólar nesta sessão também veio em reação à atuação do BC, que anunciou para quarta-feira leilão de venda de até 2 bilhões de dólares em novos contratos com compromisso de recompra. Profissionais do mercado afirmaram que a operação tem objetivo de corrigir desequilíbrios entre os mercados futuro e à vista, e não mira patamares específicos para o câmbio.

É a segunda vez em três sessões em que o BC foge do script em suas atuações cambiais. Na sexta-feira, a autoridade monetária vendeu apenas parcialmente a oferta de swaps cambiais em leilão para rolagem dos contratos que vencem em abril, algo que não acontecia havia muito tempo.

Nesta manhã, o BC promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem no próximo mês, vendendo a oferta total de 9,6 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou 2,723 bilhões de dólares, ou cerca de 27 por cento do lote total, que equivale a 10,092 bilhões de dólares.

O movimento do dólar sobre o real destoou dos mercados internacionais, onde predominava a aversão a risco diante de dados mostrando que o desempenho comercial da China em fevereiro foi muito pior do que a expectativa de economistas.

"Ainda que o quadro pareça mais estável na China, com o governo sinalizando que adotará estímulos fiscais e monetários nos próximos meses, os dados recentes aumentaram a cautela dos investidores", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.

Também contribuiu para o clima negativo no exterior a queda dos preços do petróleo, após o Kuwait afirmar que concordará em congelar a produção apenas se os principais produtores da commodity participarem do acordo.

Relatório do Goldmans Sachs afirmando que o rali recente é prematuro e insustentável também pesou.

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