Dólar cai 0,67%, por Grécia, e mercado mantém olho no BC
A divisa dos Estados Unidos fechou a 1,7150 real para venda, em queda de 0,67 por cento
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2012 às 17h01.
São Paulo - O dólar fechou em queda diante do real nesta segunda-feira, interrompendo movimento de duas altas seguidas e sem que o Banco Central tenha atuado para conter a desvalorização, em meio à melhora das perspectivas para a economia global com a aprovação de um pacote de medidas fiscais pela Grécia. A divisa dos Estados Unidos fechou a 1,7150 real para venda, em queda de 0,67 por cento.
Em relação a uma cesta de moedas, o dólar recuava cerca de 0,20 por cento. Segundo o gerente de operações da corretora B&T, Marcos Trabbold, a desvalorização do dólar só não foi maior porque a solução do impasse grego já estava precificada pelo mercado. A aprovação das medidas de austeridade era a condição para a Grécia receber mais ajuda financeira internacional e evitar um calote desordenado de sua dívida. A trajetória de queda do dólar mantém a expectativa de novas intervenções do Banco Central no mercado, disse Trabbold. O BC voltou a atuar no mercado em 3 de fevereiro, realizando até o momento dois leilões de compra a termo e um leilão à vista.
"O BC vai realizar leilões e medir o impacto", disse Trabbold. Caso a medida não seja suficiente para segurar a cotação da moeda norte-americana, o BC pode vir com novas medidas, como leilões de swap cambial, afirmou o gerente da B&T. Ele descartou, porém, a possibilidade de uma nova elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mercado de derivativos cambiais, como ocorreu em meados do ano passado.
No final de julho, um dia depois de o BC realizar seu última leilão a termo do ano passado, o governo anunciou uma taxação sobre as exposições em derivativos cambiais, feitas tanto por instituições financeiras quanto pessoas físicas, em um esforço para reduzir as apostas contra o dólar e conter a valorização do real. Naquele momento, o dólar estava cotado próximo a 1,55 real.
"Não seria o caso agora, porque a situação lá fora ainda é instável", disse Trabbold, lembrando que um novo agravamento da crise internacional pode reduzir o fluxo de recursos externos para o Brasil e fortalecer o dólar sem que o BC precise adotar alguma medida mais drástica. O fluxo cambial positivo ainda é o principal responsável pela queda do dólar, na opinião do gerente de operações do Banco Confidence, Felipe Pellegrini. "O cenário externo ainda tem algum impasse; o povo está pressionando o governo da Grécia [contra as medidas]", observou Pellegrini. O Brasil registrou em janeiro o maior superávit cambial em quatro meses, de acordo com dados do BC, que apontaram também continuidade nos ingressos de recursos no início de fevereiro.
Pellegrini também acredita que o BC vai realizar novas intervençes para evitar que a cotação do dólar fique abaixo do "piso informal" de 1,70 real. "Mas se o fluxo continuar positivo, o BC pode não conseguir segurar [a cotação]", afirmou. Ele ressalvou, porém, que até agora a moeda dos EUA tem se mantido acima daquele patamar, ainda que com a ajuda das intervenções do BC.
"As nossas importações também diminuíram", observou. A balança comercial brasileira passou a acumular superávit pela primeira vez no ano, de 59 milhões de dólares, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio nesta segunda-feira. O saldo foi obtido graças ao superávit de 1,155 bilhão na segunda semana de fevereiro. Até a semana anterior, havia déficit de 1,095 bilhão de dólares. (Por Hélio Barboza; Edição de Patrícia Duarte)
São Paulo - O dólar fechou em queda diante do real nesta segunda-feira, interrompendo movimento de duas altas seguidas e sem que o Banco Central tenha atuado para conter a desvalorização, em meio à melhora das perspectivas para a economia global com a aprovação de um pacote de medidas fiscais pela Grécia. A divisa dos Estados Unidos fechou a 1,7150 real para venda, em queda de 0,67 por cento.
Em relação a uma cesta de moedas, o dólar recuava cerca de 0,20 por cento. Segundo o gerente de operações da corretora B&T, Marcos Trabbold, a desvalorização do dólar só não foi maior porque a solução do impasse grego já estava precificada pelo mercado. A aprovação das medidas de austeridade era a condição para a Grécia receber mais ajuda financeira internacional e evitar um calote desordenado de sua dívida. A trajetória de queda do dólar mantém a expectativa de novas intervenções do Banco Central no mercado, disse Trabbold. O BC voltou a atuar no mercado em 3 de fevereiro, realizando até o momento dois leilões de compra a termo e um leilão à vista.
"O BC vai realizar leilões e medir o impacto", disse Trabbold. Caso a medida não seja suficiente para segurar a cotação da moeda norte-americana, o BC pode vir com novas medidas, como leilões de swap cambial, afirmou o gerente da B&T. Ele descartou, porém, a possibilidade de uma nova elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mercado de derivativos cambiais, como ocorreu em meados do ano passado.
No final de julho, um dia depois de o BC realizar seu última leilão a termo do ano passado, o governo anunciou uma taxação sobre as exposições em derivativos cambiais, feitas tanto por instituições financeiras quanto pessoas físicas, em um esforço para reduzir as apostas contra o dólar e conter a valorização do real. Naquele momento, o dólar estava cotado próximo a 1,55 real.
"Não seria o caso agora, porque a situação lá fora ainda é instável", disse Trabbold, lembrando que um novo agravamento da crise internacional pode reduzir o fluxo de recursos externos para o Brasil e fortalecer o dólar sem que o BC precise adotar alguma medida mais drástica. O fluxo cambial positivo ainda é o principal responsável pela queda do dólar, na opinião do gerente de operações do Banco Confidence, Felipe Pellegrini. "O cenário externo ainda tem algum impasse; o povo está pressionando o governo da Grécia [contra as medidas]", observou Pellegrini. O Brasil registrou em janeiro o maior superávit cambial em quatro meses, de acordo com dados do BC, que apontaram também continuidade nos ingressos de recursos no início de fevereiro.
Pellegrini também acredita que o BC vai realizar novas intervençes para evitar que a cotação do dólar fique abaixo do "piso informal" de 1,70 real. "Mas se o fluxo continuar positivo, o BC pode não conseguir segurar [a cotação]", afirmou. Ele ressalvou, porém, que até agora a moeda dos EUA tem se mantido acima daquele patamar, ainda que com a ajuda das intervenções do BC.
"As nossas importações também diminuíram", observou. A balança comercial brasileira passou a acumular superávit pela primeira vez no ano, de 59 milhões de dólares, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio nesta segunda-feira. O saldo foi obtido graças ao superávit de 1,155 bilhão na segunda semana de fevereiro. Até a semana anterior, havia déficit de 1,095 bilhão de dólares. (Por Hélio Barboza; Edição de Patrícia Duarte)