Com Fed, dólar cai abaixo dos R$ 3,73 e Ibovespa passa dos 104 mil
Mensagem do Fed aumentou as apostas em um corte mais agressivo dos juros nos EUA
Tais Laporta
Publicado em 18 de julho de 2019 às 17h20.
Última atualização em 18 de julho de 2019 às 17h46.
Uma mensagem vinda do Federal Reserve nesta tarde fortaleceu as expectativas de que vai ocorrer, em breve, um corte mais agressivo dos juros nos Estados Unidos. A notícia levou o dólar a acelerar as perdas frente ao real e fechar no menor valor em cinco meses. Já o Ibovespa conseguiu a primeira alta relevante em seis sessões, acima dos 104 mil pontos.
A moeda norte-americana cedeu0,86%, a 3,7293 reais na venda. É o menor valor de fechamento desde 20 de fevereiro.
O dólar teve quedas moderadas até as 15h, mas foi alvo de fortes vendas após o presidente do Fed de Nova York, John Williams, dizer que autoridades precisam dar mais estímulos para lidar com a inflação baixa demais quando os juros estão perto de zero e que não podem esperar que um desastre econômico se desenrole.
"Os comentários do vice-chair do Fed sobre a política monetária elevaram as chances de corte de 0,50 ponto percentual do juro pelo Fed no fim deste mês para 53,5%", disseram analistas do DailyFX.
Juros mais baixos nas principais economias melhoram a relação risco/retorno para aplicações em ativos de mercados mais arriscados, como os emergentes, o que pode estimular entrada de capital para o Brasil, contribuindo para alívio no dólar e nas taxas da renda fixa.
No Brasil, o governo federal deve divulgar detalhes sobre a liberação de recursos de contas do FGTS na próxima semana e a medida não vai afetar a construção civil, disse o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
A equipe do BTG Pactual destacou que o mercado brasileiro passa por um momento de calmaria em relação à parte política e discussões da reforma da Previdência, com atenções voltadas para ações do governo para a retomada do crescimento no país.
Wall Street também avançou
Os mercados de ações dos Estados Unidos também fecharam em alta nesta quinta, depois de um começo de pregão mais lento, refletindo as declarações do Fed de Nova York. O índice Dow Jones teve variação positiva de 0,01%, para 27.222,43 pontos. O S&P 500 ganhou 0,36%, para 2.995,06 pontos. E o Nasdaq Composto teve alta de 0,27%, para 8.207,24 pontos.
Destaques da bolsa brasileira
No setor financeiro, ITAÚ UNIBANCO subiu 2,66%, BRADESCO avançou 2,18% e BANCO DO BRASIL ganhou 1,7%.
A estatal de saneamento SABESP valorizou-se 4,45%, após a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) divulgar documentos para consulta pública para atualização da base de remuneração regulatória da terceira revisão tarifária ordinária da empresa.
Os grupos de educação KROTON e ESTÁCIO subiram 5% e 5,45%, respectivamente, novamente no campo positivo, em meio a expectativas relacionadas à liberação de saques do FGTS.
O dia também foi bom para o varejo. MAGAZINE LUIZA avançou 1,07% e VIA VAREJO 0,96%, com o mercado também enxergando efeito positivo no consumo da potencial liberação de saques do FGTS.
A AMBEV subiu 1,45%. O Wall Street Journal informou que a controladora AB Inbev está considerando vender seus ativos na Coreia do Sul, Austrália e América Central, no intuito de diminuir sua dívida, após o fracasso do plano de listagem de sua unidade Ásia Pacífico.
A construtora MRV avançou 2,85% e CYRELA teve alta de 2,36%, diante da aposta de redução no custo do financiamento imobiliários pela Caixa Econômica Federal, maior concessora de empréstimos para compra da casa própria do país.