Mercados

Dólar anula perdas e sobe 0,7% com diretor do BC

Antes, a divisa dos Estados Unidos recuava em relação ao real, refletindo o movimento de queda causado por uma melhora do sentimento nos mercados internacionais

Notas de dólar (Getty Images)

Notas de dólar (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 12h27.

São Paulo - O dólar inverteu o movimento registrado mais cedo e passou a subir depois que o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, afirmou em entrevista que a autoridade monetária pode atuar na compra de dólares também.

Às 12h11, a moeda norte-americana avançava 0,43 por cento, para 1,9960 real, depois de cair a 1,9783 real na mínima da sessão e bater 2,0050 reais na máxima.

"Dizer que (o BC) pode vir a atuar na compra e não só na venda fez com que o mercado virasse automaticamente. O mercado está respeitando o governo", afirmou o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo dos Santos, sobre a declaração do diretor do BC à agência Estado.

Segundo a matéria, o diretor afirmou que "o BC tem atuado numa ponta (a vendedora) e pode atuar na outra (compradora).

Sempre estamos de olho nas condições de liquidez do sistema." A última vez em que o BC atuou na ponta compradora, adquirindo moeda no mercado à vista, foi em 27 de abril, quando o dólar estava cotado pouco abaixo de 1,90 real.

Mais cedo, a divisa dos Estados Unidos recuava em relação ao real, refletindo o movimento de queda das últimas sessões, causado por uma melhora do sentimento nos mercados internacionais e também por atuações do BC.

Somente nas últimas três sessões, o dólar perdeu 4,35 por cento diante do otimismo nos mercados internacionais depois que líderes da União Europeia (UE) tomaram decisões na cúpula da semana passada para combater a crise da dívida da região.

Além do cenário externo, a forte atuação do BC vendendo dólares no mercado futuro por meio de três leilões de swap cambial tradicional também ajudou a puxar a desvalorização da divisa. Tal intervenção aconteceu quando o dólar aproximou-se de 2,10 reais.

A autoridade monetária ofertou 180 mil contratos em três leilões de swap cambial tradicional -operação que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro-, movimentando o equivalente a quase 9 bilhões de dólares.

O operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovidio Soares acredita ainda que o mercado de câmbio doméstico está volátil e sofre com especulação. "O mercado é assim mesmo: há momentos de muita especulação e exagero, tanto para cima, quanto para baixo", disse.


No exterior, o sentimento do investidor era impulsionado pela expectativa de anúncio de novas medidas de estímulo pelos bancos centrais. Espera-se que o Banco Central Europeu (BCE), por exemplo, corte sua principal taxa de juros para a mínima recorde de 0,75 por cento em sua reunião na quinta-feira.

Dados dos Estados Unidos também alimentava o apetite por risco. O Departamento do Comércio do país informou que os novos pedidos para bens manufaturados avançaram 0,7 por cento durante o mês de maio. Economistas previam crescimento de 0,2 por cento.

Em relação a uma cesta de divisas, o dólar tinha ligeira queda de 0,04 por cento, enquanto o euro ganhava 0,17 por cento.

Mais de Mercados

Com desafio de aumentar vendas, Nestlé troca de CEO depois de 8 anos

Ibovespa passa por correção e retoma o patamar dos 134 mil pontos; dólar sobe mais de 1%

Arrecadação federal do Brasil, PMIs nos EUA e falas de diretores do BC: o que move o mercado

Paramount recebe oferta de ex-CEO da Warner e deixa acordo com Skydance em aberto

Mais na Exame