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Dólar amplia alta e encosta em R$2,25, após notícia de avião

Notícias de que um avião da Malásia teria sido abatido por míssil no espaço aéreo da Ucrânia intensificaram aversão ao risco que vinha desde o início do pregão

Cédula de 100 dólares: às 13h02, a moeda norte-americana avançava 1,10 por cento, a 2,2464 reais na venda (Adek Berry/AFP)
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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2014 às 14h10.

São Paulo - O dólar ampliava a alta e subia mais de 1 por cento nesta quinta-feira, encostando em 2,25 reais, com notícias de que um avião da Malásia teria sido abatido por míssil no espaço aéreo da Ucrânia, intensificando a aversão ao risco que vinha desde o início do pregão.

Investidores já estavam adotando postura mais cautelosa devido às novas sanções dos Estados Unidos e da União Europeia contra a Rússia em função da crise ucraniana. Além disso, a perspectiva de menos ingressos de divisas ao Brasil pela possibilidade de menos altas da Selic também sustentava o dólar.

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Às 13h02, a moeda norte-americana avançava 1,10 por cento, a 2,2464 reais na venda, após chegar a 2,2495 reais na máxima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 900 milhões de dólares.

"Não temos informações detalhadas sobre o avião, então todo mundo está com medo de que isso seja sinal de que a crise geopolítica na Ucrânia vai piorar", afirmou o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.

Um avião da Malásia teria sido abatido na Ucrânia por míssil, segundo a agência Interfax, lançado por separatistas.

Segundo a agência, um assessor de ministério informou que 280 passageiros e 15 tripulantes morreram no incidente.

A notícia piorou ainda mais o humor dos investidores, após os Estados Unidos e a União Europeia anunciarem na véspera sanções mais duras contra a economia russa, afetando empresas importantes como Gazprombank e Rosneft Oil , em retaliação à crise na Ucrânia.

"É um dia de aversão ao risco e o Banco Central surpreendeu.

Tudo que está influenciando o dólar hoje aponta para cima", afirmou mais cedo o gerente de câmbio da corretora Advanced, Celso Siqueira.

Nesse contexto, investidores evitavam ativos mais arriscados e recorriam a outros considerados mais seguros, como o dólar e o iene.

No Brasil, investidores também aproveitavam para comprar dólares antecipando eventual menor fluxo de entrada de divisas para a economia brasileira, após o Banco Central manter a Selic nos atuais 11 por cento na véspera.

Como o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a expressão "neste momento" ao divulgar sua decisão, os especialistas entenderam que todas as possibilidades estão abertas para o futuro da política monetária. No mercado de juros futuros, por exemplo, a curva de DI apontava apostas de menor aumento da Selic em 2015, diante do cenário de atividade mais fraca.

"Uma mudança na expectativa de juros afeta o dólar, porque torna os ativos brasileiros menos atraentes", explicou o economista da corretora H.Commcor Waldir Kiel.

Com a alta maior no início desta tarde, o dólar se aproximou do teto da banda informal de 2,20 a 2,25 reais. Boa parte do mercado acredita que esse intervalo agradaria ao BC por não ser inflacionário e não prejudicar as exportações.

Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Todos os contratos vendidos vencem em 2 de fevereiro de 2015 e têm volume correspondente a 198,8 milhões de dólares.

Também foram ofertados swaps para 1º de junho de 2015, mas nenhum foi vendido.

Em seguida, vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou cerca de 36 por cento do lote total, que corresponde a 9,457 bilhões de dólares.

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