Dólar amplia alta e caminha para R$4,15 com cautela por cena eleitoral
Às 11:58, o dólar avançava 1,28 por cento, a 4,1333 reais na venda, depois de registrar a mínima de 4,0623 reais logo após a abertura
Reuters
Publicado em 28 de agosto de 2018 às 12h08.
São Paulo - O dólar mantinha trajetória firme de alta nesta terça-feira e caminhava em direção aos 4,15 reais, com a cautela diante das incertezas com o cenário eleitoral doméstico se sobrepondo ao ambiente externo mais tranquilo após acordo comercial entre Estados Unidos e México.
Às 11:58, o dólar avançava 1,28 por cento, a 4,1333 reais na venda, depois de registrar a mínima de 4,0623 reais logo após a abertura. Na máxima, chegou a atingir 4,1462 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,3 por cento.
A moeda fechou a sessão anterior a 4,0812 reais depois de cair 0,57 por cento, em um movimento favorecido pelo acordo comercial entre Estados Unidos e México que ainda promovia a busca pelo risco no exterior nesta terça-feira.
Esse bom humor chegou a pesar sobre a moeda norte-americana contra o real no início do dia, mas perdeu força no mercado doméstico diante da apreensão eleitoral.
"Se o cenário externo não estivesse favorável, o dólar aqui estaria ainda mais pressionado. Há muita coisa pela frente",avaliou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, referindo-se às eleições.
Na véspera, o Supremo Tribunal Federal (STF) informou que analisará em julgamento virtual em setembro um recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra uma decisão do plenário da corte que negou habeas corpus ao petista no início de abril.
Está previsto ainda para esta terça-feira o julgamento, pela primeira turma do STF, de denúncia que pode tornar o candidato Jair Bolsonaro (PSL) réu por racismo e manifestação discriminatória contra quilombolas, indígenas e refugiados.
Embora não haja qualquer tipo de impedimento à candidatura de Bolsonaro à Presidência caso se torne réu, a situação amplia a cautela dos investidores devido a um cenário de insegurança jurídica.
Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto no cenário em que Lula não está na disputa, também seguirá no foco uma vez que dará entrevista ao Jornal Nacional, um dia depois de Ciro Gomes (PDT) ter inaugurado o ciclo de conversas.
No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas e se mantinha próximo da mínima de um mês após o pacto entre EUA e México para reformular o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês).
A moeda norte-americana passou a ter comportamento misto ante as divisas de países emergentes, em queda ante o rand sul-africano e alta ante o peso mexicano.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 4,8 bilhões de dólares do total de 5,255 bilhões de dólares que vence em setembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.