Mercados

Dólar abre em queda de olho na inflação e em dados dos EUA

Às 10:09, o dólar recuava 0,27%, a 4,0755 reais na venda

Dólar: ainda hoje serão divulgados dados importantes dos EUA (Oleg Golovnev/EyeEm/Getty Images)

Dólar: ainda hoje serão divulgados dados importantes dos EUA (Oleg Golovnev/EyeEm/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 10 de janeiro de 2020 às 09h27.

Última atualização em 10 de janeiro de 2020 às 10h30.

São Paulo — O dólar recuava em relação ao real nesta sexta-feira, em meio a um maior apetite de risco no exterior e com agentes financeiros atentos a dados do Brasil e dos Estados Unidos, um dia após a cotação da divisa fechar com a maior alta em dois meses.

Às 10:09, o dólar recuava 0,27%, a 4,0755 reais na venda. O contrato mais negociado de dólar futuro operava em queda de 0,46% neste pregão, a 4,084 reais.

Na quinta-feira, e moeda norte-americana encerrou a sessão com valorização de 0,85%, a 4,0864 reais.

O dia era marcado por um alívio generalizado no exterior, com os investidores comemorando a redução das tensões entre Estados Unidos e Irã depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, escolheu retaliar a um ataque iraniano com sanções, e não violência.

Além disso, a expectativa sobre a assinatura de um acordo comercial inicial entre EUA e China ainda na semana que vem impulsionava o apetite por risco, elevando divisas mais arriscadas, como os dólares australiano e neozelandês e o peso mexicano.

Dados desta sexta-feira também guiavam os movimentos da taxa de câmbio. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,15% em dezembro, fechando 2019 com avanço de 4,31%, acima do centro da meta oficial.

Segundo Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset, a maior pressão da inflação favorece a moeda brasileira, já que pode indicar uma alta dos juros daqui para frente. "Se a gente tiver um juro um pouco maior isso pode ajudar a reduzir a força do dólar no futuro", disse.

Diante do cenário de inflação fraca, o Banco Central reduziu em dezembro a taxa básica de juros brasileira em 0,5 ponto pela quarta vez consecutiva, a 4,5%. A queda da Selic no ano passado a sucessivas mínimas históricas tem pressionado o real, uma vez que tem reduzido o diferencial de juros entre o Brasil e o mundo.

A menor taxa de juros torna as aplicações em renda fixa local menos atrativas, afetando a perspectiva de ingresso de capital ao Brasil em busca de retornos e, por tabela, impactando a oferta de dólares no país.

Ainda no radar dos investidores, neste pregão serão divulgados importantes dados sobre o emprego fora do setor agrícola nos EUA.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarInflação

Mais de Mercados

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade

Após vender US$ 3 bilhões, segundo leilão do Banco Central é cancelado