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Dólar fecha em queda e encerra sequência de seis altas consecutivas

Baixa foi impulsionada pela redução do número de mortos pelo coronavírus na Europa

Dólar: os mercados internacionais estão esperançosos com a queda de mortes por coronavírus na Europa (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2020 às 17h10.

Última atualização em 6 de abril de 2020 às 17h17.

O dólar registrou a primeira queda frente ao real em sete pregões, nesta segunda-feira, 6. O movimento refletiu o menor pessismo no mundo, após diminuírem os números de mortes por coronavírus covid-19 reportados na Itália e na Espanha. Nos Estados Unidos, atual epicentro da doença, o presidente Donald Trump e seu vice, Mike Pence, disseram ver o início de uma estabilização nos números de casos - o que também fortaleceu o apetite a risco.

Com a melhora do humor no mercado, a moeda americana deu trégua contra as principais moedas emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo e o real. Por aqui, o dólar comercial encerrou com desvalorização de 0,6%, cotado a 5,292 reais. O dólar turismo caiu 0,4%, a 5,59 reais.

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As declarações de Trump e Pence foram acompanhadas pela redução das vítimas fatais no estado de Nova York, que é o mais atingido pelo covid-19. No domingo, foram reportadas 594 mortes em Nova York, 36 a menos do que dia anterior.

“Os especialistas vão me dizer para não tirar conclusões, e não estou. Mas sou uma pessoa otimista, assim como o presidente [Trump] e sou esperançoso”, disse Pence em coletiva na Casa Branca. Apesar do tom positivo, Donald Trump havia dito que esta e a próxima semana devem ser as mais críticas nos Estados Unidos.

No Brasil, repercute entre os investidores as últimas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que foram no sentido de manter a taxa Selic no atual patamar em vez de promover um novo corte, como o mercado vinha especulando. As declarações pesam a favor do real, já os juros mais baixos reduziria ainda mais a busca de estrangeiros pelos títulos brasileiros.

Contudo, questões políticas continuam pesando negativamente no cenário interno, como os atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Nesta tarde, o jornal O Globo noticiou que o ministro seria demitido ainda nesta segunda. Para analistas e economistas, a decisão, se ocorrer, pode ter reflexos negativos no mercado financeiro.

"Levando em conta os dados do Datafolha, o Mandetta é extremamente popular com relação ao controle da crise. Uma mudança dessas seria muito ruim", disse André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.

Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos, acredita que o mercado ainda não tenha precificado a informação. "Se a notícia tivesse mesmo impacto, poderia derrubar bem o mercado", afirmou.

Também está no radar o mal-estar diplomático causado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, com a China.

“O acirramento com o país asiático agora é preocupante, porque o Brasil depende da importação de equipamentos e suprimentos de saúde para apoiar o combate à doença e a China concentra mais de 90% da produção desses suprimentos em todo o mundo”, escreveu em relatório Pedro Molizani, trader de câmbio do Travelex Bank.

No último pregão, o dólar fechou em patamares recordes, cotado a 5,326 reais.

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