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Dívida do BC explode com sobra de liquidez no mercado

O Banco Central tem tomado um volume recorde de empréstimos de curto prazo para enxugar a liquidez e manter a taxa básica de juros na sua meta


	O secretário do Tesouro, Arno Augustin, atribuiu o aumento nas operações compromissadas do BC à redução nos depósitos compulsórios
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

O secretário do Tesouro, Arno Augustin, atribuiu o aumento nas operações compromissadas do BC à redução nos depósitos compulsórios (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Os esforços do Tesouro Nacional para reduzir o vício nacional na sua dívida de curto prazo estão se voltando contra o próprio governo. O Banco Central tem tomado um volume recorde de empréstimos de curto prazo para enxugar a liquidez e manter a taxa básica de juros na sua meta.

O estoque de compromissadas do BC com vencimentos de até seis meses atingiu o recorde de R$ 600 bilhões em 21 de janeiro, um aumento de 40 por cento em um ano, segundo um integrante do governo que pediu para não ser identificado, pois os dados deste mês ainda não são públicos.

Embora o Tesouro tenha resgatado títulos de curto prazo e dobrado o total de reais injetados no mercado para R$ 150 bilhões, o alongamento do perfil da dívida está sendo comprometido.

O prazo médio da dívida interna do Tesouro nas mãos do mercado, que não inclui a dívida do BC, era de 3,99 anos em novembro, versus 6,37 anos da dívida interna e externa. No México, o prazo médio é de 9,1 anos.

“O Tesouro está correto em tentar alongar prazos, reduzir os custos e o risco de rolagem de sua dívida, mas fazendo isso acabou aumentando a liquidez no mercado interno e a dívida de curto prazo do Banco Central”, disse Marcelo Cirne de Toledo, economista sênior no Banco Bradesco SA, em entrevista por telefone em São Paulo.

O secretário do Tesouro, Arno Augustin, atribuiu o aumento nas operações compromissadas do BC à redução nos depósitos compulsórios, acrescentando que os compulsórios e as compromissadas têm o custo fiscal semelhante. “Mas quando você corta compulsórios pode estimular o crescimento econômico”, disse ele.

O Banco Central tem tido êxito em alongar o prazo das operações compromissadas, disse o integrante do governo. Agora, cerca de R$ 267 bilhões vencem em seis meses, com relação às R$ 163 bilhões em novembro do ano passado, disse a pessoa. Cerca de R$ 70 bilhões dessas transações estão sendo roladas no over, em relação aos R$ 130 bilhões de novembro passado.

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