DIs curtos voltam a cair, enquanto longos têm leve alta
Tombini disse hoje que há claros sinais de moderação da atividade e que os preços dos alimentos sofrem sazonalidade
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2011 às 17h47.
São Paulo - Os juros futuros de curto prazo voltaram a devolver prêmios na sessão de hoje, ainda influenciados pelas preocupações com a crise de dívida da zona do euro, assim como pelo discurso das autoridades brasileiras reiterando a gravidade das turbulências externas e dando a entender que os cortes na Selic terão prosseguimento. De qualquer forma, o avanço do dólar, gerado pelo decreto com alterações na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras em derivativos cambiais, tirou as taxas curtas das mínimas. Enquanto isso, em meio a um giro fraco, a parte longa da curva a termo subiu à tarde, uma vez que os investidores continuam céticos em relação à estratégia do Banco Central e apostam que a taxa básica terá de ser elevada mais adiante.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI para janeiro de 2012 (78.670 contratos) marcava 11,33%, de 11,34% no ajuste. O DI janeiro de 2013 (191.875 contratos) indicava 10,63%, de 10,72% no ajuste, e o janeiro de 2014 (127.460 contratos) sinalizava 10,97%, de 11,02% no ajuste. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (29.550 contratos) projetava 11,42%, de 11,40%, e o janeiro de 2021 (1.525 contratos) estava em 11,45%, de 11,40% no ajuste.
Em evento em São Paulo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não trouxe nenhuma novidade, mas reiterou a visão expressada pelo BC desde o último encontro do Copom, quando a Selic foi reduzida para 12% ao ano, de que a crise externa é séria e será prolongada. Ele afirmou ainda que há claros sinais de moderação da atividade e que os preços dos alimentos sofrem sazonalidade, mas que os choques devem ter curta duração. Uma boa notícia para o governo foi a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), que perdeu força e subiu 0,69% até a quadrissemana finalizada em 15 de setembro, após avançar 0,74% no indicador anterior, de até 7 de setembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Um ajuste tributário que deixou o mercado cético sobre a estratégia de redução de juros foi a elevação de 30 pontos porcentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis e caminhões que não cumprirem 6 de 11 requisitos estabelecidos pela Fazenda, assim como para o caso de as montadoras não utilizarem no mínimo 65% de conteúdo nacional ou regional (Mercosul) na fabricação. "No momento em que o mercado discute o impacto do câmbio na inflação, qualquer pressão adicional sobre os preços pode aumentar ainda mais a desconfiança em relação ao Banco Central", analisou um operador.
Lá fora, o mercado aguarda por dois desdobramentos do quadro atual. O prazo de três meses para que a Moody's encerre a revisão, para possível rebaixamento, do rating soberano da Itália termina neste fim de semana e a decisão pode ser anunciada a qualquer momento. Na segunda-feira, o ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, fará uma teleconferência com representantes dos credores do país, segundo fontes do Ministério das Finanças. O mercado aguarda uma solução para que os gregos recebam a próxima tranche (parcela) da ajuda financeira, aprovada em 2010.
São Paulo - Os juros futuros de curto prazo voltaram a devolver prêmios na sessão de hoje, ainda influenciados pelas preocupações com a crise de dívida da zona do euro, assim como pelo discurso das autoridades brasileiras reiterando a gravidade das turbulências externas e dando a entender que os cortes na Selic terão prosseguimento. De qualquer forma, o avanço do dólar, gerado pelo decreto com alterações na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras em derivativos cambiais, tirou as taxas curtas das mínimas. Enquanto isso, em meio a um giro fraco, a parte longa da curva a termo subiu à tarde, uma vez que os investidores continuam céticos em relação à estratégia do Banco Central e apostam que a taxa básica terá de ser elevada mais adiante.
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI para janeiro de 2012 (78.670 contratos) marcava 11,33%, de 11,34% no ajuste. O DI janeiro de 2013 (191.875 contratos) indicava 10,63%, de 10,72% no ajuste, e o janeiro de 2014 (127.460 contratos) sinalizava 10,97%, de 11,02% no ajuste. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (29.550 contratos) projetava 11,42%, de 11,40%, e o janeiro de 2021 (1.525 contratos) estava em 11,45%, de 11,40% no ajuste.
Em evento em São Paulo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, não trouxe nenhuma novidade, mas reiterou a visão expressada pelo BC desde o último encontro do Copom, quando a Selic foi reduzida para 12% ao ano, de que a crise externa é séria e será prolongada. Ele afirmou ainda que há claros sinais de moderação da atividade e que os preços dos alimentos sofrem sazonalidade, mas que os choques devem ter curta duração. Uma boa notícia para o governo foi a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), que perdeu força e subiu 0,69% até a quadrissemana finalizada em 15 de setembro, após avançar 0,74% no indicador anterior, de até 7 de setembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Um ajuste tributário que deixou o mercado cético sobre a estratégia de redução de juros foi a elevação de 30 pontos porcentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis e caminhões que não cumprirem 6 de 11 requisitos estabelecidos pela Fazenda, assim como para o caso de as montadoras não utilizarem no mínimo 65% de conteúdo nacional ou regional (Mercosul) na fabricação. "No momento em que o mercado discute o impacto do câmbio na inflação, qualquer pressão adicional sobre os preços pode aumentar ainda mais a desconfiança em relação ao Banco Central", analisou um operador.
Lá fora, o mercado aguarda por dois desdobramentos do quadro atual. O prazo de três meses para que a Moody's encerre a revisão, para possível rebaixamento, do rating soberano da Itália termina neste fim de semana e a decisão pode ser anunciada a qualquer momento. Na segunda-feira, o ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, fará uma teleconferência com representantes dos credores do país, segundo fontes do Ministério das Finanças. O mercado aguarda uma solução para que os gregos recebam a próxima tranche (parcela) da ajuda financeira, aprovada em 2010.