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Desvalorização do real veio para ficar, alerta HSBC

Banco elevou projeções para a taxa o câmbio e se diz surpreso com a magnitude da desvalorização da moeda brasileira

HSBC elevou as projeções para a taxa o câmbio, de 2,15 (real/dólar) para 2,30 em 2013 e de 2,20 para 2,40 em 2014 (Scott Eells/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2013 às 16h06.

São Paulo - A desvalorização do real frente o dólar veio para ficar, aponta relatório do HSBC. A equipe de análise do banco colocou na ponta do lápis os impactos da recente configuração econômica para o Brasil, com a atividade doméstica mais fraca, tensões políticas e crescimento econômico da China menos robusto.

O resultado prova que a moeda brasileira está no centro da tempestade. “O real desvalorizou mais rápido até mesmo do que as nossas projeções pessimistas”, explicam Marjorie Hernandez, André Loes, Gordian Kemen e André Carvalho, que assinam o relatório.

O banco elevou suas projeções para a taxa o câmbio, de 2,15 (real/dólar) para 2,30 em 2013 e de 2,20 para 2,40 em 2014.

“Há muito tempo estamos pessimistas a respeito do real, mas a magnitude de sua desvalorização nos surpreendeu", destacam os analistas. Segundo a equipe, três fatores explicam esse fato: piora nos fundamentos, fortalecimento amplo do dólar e menos eficácia na intervenção.

Embora, no passado, a tendência das autoridades tenha sido de intervir em níveis específicos, de forma mais clara, recentemente sua intervenção foi mais intensa em alguns dias do que em outros, independentemente do nível do real, explica o relatório.

“As autoridades não estão defendendo níveis específicos: primeiro, porque isso atrairia negociações especulativas em torno dos níveis de intervenção; segundo, porque seu objetivo é desacelerar a volatilidade e não resistir à tendência geral de valorização do dólar”, completam os analistas.

O último Boletim Focus mostrou elevação na projeção para a taxa de câmbio (fim de período) em 2013 e manutenção na expectativa para 2014 em 2,30 (real/dólar). Para 2013, a projeção passou de 2,20 (real/dólar) para 2,24.


Novos números

O saldo da entrada e saída de dólares do país, fluxo cambial, ficou negativo em US$ 2,484 bilhões, neste mês, até o dia 19, informou hoje (23) o Banco Central (BC).

A maior parte do resultado negativo veio do segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações), com US$ 1,590 bilhão.

O fluxo comercial (operações relacionadas a exportações e importações) também registrou saldo negativo, de US$ 893 milhões.

Essas saídas de dólares do país maiores do que as entradas ocorreram mesmo com as medidas do governo para tentar estimular a entrada da moeda no país. Se houvesse maior entrada de dólares, a cotação do dólar seria empurrada para baixo.

Impactos da bolsa

As novas projeções para o câmbio reforçam a indicação do HSBC para reduzir a exposição a setores ligados à demanda doméstica na bolsa brasileira, em especial aos mais alavancados em crescimento, e aumentar a exposição às exportadoras.

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São Paulo - A desvalorização do real frente o dólar veio para ficar, aponta relatório do HSBC. A equipe de análise do banco colocou na ponta do lápis os impactos da recente configuração econômica para o Brasil, com a atividade doméstica mais fraca, tensões políticas e crescimento econômico da China menos robusto.

O resultado prova que a moeda brasileira está no centro da tempestade. “O real desvalorizou mais rápido até mesmo do que as nossas projeções pessimistas”, explicam Marjorie Hernandez, André Loes, Gordian Kemen e André Carvalho, que assinam o relatório.

O banco elevou suas projeções para a taxa o câmbio, de 2,15 (real/dólar) para 2,30 em 2013 e de 2,20 para 2,40 em 2014.

“Há muito tempo estamos pessimistas a respeito do real, mas a magnitude de sua desvalorização nos surpreendeu", destacam os analistas. Segundo a equipe, três fatores explicam esse fato: piora nos fundamentos, fortalecimento amplo do dólar e menos eficácia na intervenção.

Embora, no passado, a tendência das autoridades tenha sido de intervir em níveis específicos, de forma mais clara, recentemente sua intervenção foi mais intensa em alguns dias do que em outros, independentemente do nível do real, explica o relatório.

“As autoridades não estão defendendo níveis específicos: primeiro, porque isso atrairia negociações especulativas em torno dos níveis de intervenção; segundo, porque seu objetivo é desacelerar a volatilidade e não resistir à tendência geral de valorização do dólar”, completam os analistas.

O último Boletim Focus mostrou elevação na projeção para a taxa de câmbio (fim de período) em 2013 e manutenção na expectativa para 2014 em 2,30 (real/dólar). Para 2013, a projeção passou de 2,20 (real/dólar) para 2,24.


Novos números

O saldo da entrada e saída de dólares do país, fluxo cambial, ficou negativo em US$ 2,484 bilhões, neste mês, até o dia 19, informou hoje (23) o Banco Central (BC).

A maior parte do resultado negativo veio do segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações), com US$ 1,590 bilhão.

O fluxo comercial (operações relacionadas a exportações e importações) também registrou saldo negativo, de US$ 893 milhões.

Essas saídas de dólares do país maiores do que as entradas ocorreram mesmo com as medidas do governo para tentar estimular a entrada da moeda no país. Se houvesse maior entrada de dólares, a cotação do dólar seria empurrada para baixo.

Impactos da bolsa

As novas projeções para o câmbio reforçam a indicação do HSBC para reduzir a exposição a setores ligados à demanda doméstica na bolsa brasileira, em especial aos mais alavancados em crescimento, e aumentar a exposição às exportadoras.

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