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Depois de saltar a R$ 3,15, dólar cai 2% à espera de Yellen

Às 10:35, o dólar recuava 0,64%, a 3,1311 reais na venda, depois de subir 1,88 por cento, para 3,1513 reais na véspera

Dólar: Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado cambial para a sessão de hoje (foto/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 3 de março de 2017 às 11h21.

São Paulo - Depois de saltar quase 2 por cento na véspera e ir ao patamar de 3,15 reais, o dólar vivia movimento de ajuste nesta sexta-feira e caía, em meio à expectativa pelo discurso da chair do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen, que pode consolidar apostas de alta de juros no país já neste mês.

Às 10:35, o dólar recuava 0,64 por cento, a 3,1311 reais na venda, depois de subir 1,88 por cento, para 3,1513 reais na véspera. O dólar futuro tinha queda de 0,70 por cento.

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"O movimento da véspera foi um pouco exagerado... já que os investidores estavam apostando na queda (do dólar)", afirmou o operador da Spinelli Corretora José Carlos Amado, referindo-se ao movimento visto nos dias anteriores devido à expectativa de entrada de recursos externos no Brasil.

Às 15:00 (horário de Brasília), Yellen fará discurso em Chicago e o mercado aguardava ansiosamente mais pistas sobre a política monetária dos Estados Unidos. Nos últimos dias, outros dirigentes do Fed ampliaram as expectativas de que o banco central pode elevar os juros já neste mês, em sua reunião dos dias 14 e 15. As apostas de aumento estavam em cerca de 75 por cento, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.

Mais juros tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças, como a brasileira.

Apesar do movimento de queda do dólar nesta sessão, a cena política brasileira continuava no radar do mercado após vazamentos de delações de executivos da Odebrecht, citando importantes políticos. O temor, entre outros, era de que o governo do presidente Michel Temer perca força e não consiga aprovar importantes reformas no Congresso, sobretudo a da Previdência.

Nesta semana, o empresário Marcelo Odebrecht depôs à Justiça Eleitoral e confirmou um jantar com Temer no qual foi tratado de contribuições para a campanha do então vice-presidente. Ele, entretanto, disse que o tema foi tratado "de forma genérica" e não houve pedido de doação direto feito pelo presidente.

"A questão política contribuiu para levar o dólar para cima, uma vez que há risco sobre a chapa Dilma-Temer. Se for impugnada, o substituto de Temer pode ser alguém que voltará atrás nas reformas estruturais", afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa.

O Tribunal Superior Eleitoral analisa um pedido de cassação da chapa Dilma-Temer na eleição presidencial de 2014.

O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado cambial, por enquanto, para essa sessão. Em abril, vencem o equivalente à 9,711 bilhões de dólares em swaps tradicionais, equivalente à venda futura de dólares, e operadores se questionavam se o BC rolará, mesmo que parcialmente, esses contratos.

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