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Debêntures devem ganhar reforço em estímulo para crédito longo

Governo deve reduzir custos das emissões e anunciar medidas para diminuir dependência de crédito do BNDES

Obra do PAC: investimentos em infraestrutura devem chegar a R$ 955 bi no País (Oscar Cabral/VEJA)

Obra do PAC: investimentos em infraestrutura devem chegar a R$ 955 bi no País (Oscar Cabral/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2010 às 09h44.

Nova York/São Paulo - Com o mercado de debêntures sem volume ou profundidade para financiar os R$ 955 bilhões em projetos de infraestrutura previstos para o País, o governo busca acelerar reformas para expandir o crédito de longo prazo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve anunciar hoje medidas para reduzir o custo das emissões, impulsionar o financiamento de longo prazo e reduzir a dependência de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

As empresas brasileiras levantaram R$ 41 bilhões no mercado local de renda fixa este ano, um aumento de 48 por cento em relação a 2009, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. A emissão de dívida corporativa local no País está atrás dos US$ 27 bilhões na Rússia e dos US$ 163 bilhões na China. Apenas a Índia, com US$ 18 bilhões, movimentou menos no mercado de dívida local entre os países do chamado BRIC.

“O Brasil precisa de grandes investimentos em infraestrutura e você tem uma sinalizado por parte do governo de um diminuição dos financiamentos oficiais”, disse Lauro Augusto Campos, superintendente de análise de crédito da SulAmérica Investimentos em São Paulo, que administra US$ 10 bilhões. “Com isso, ele estaria migrando para o lado de mercados de capitais, incentivando os mercados de capitais através dessas debêntures”, disse ele numa entrevista por telefone.

O governo planeja reduzir pela metade os recursos públicos concedidos ao BNDES no ano que vem, o que deve ajudar a baixar a taxa de juros real do País, que é a segunda mais alta do mundo. O Brasil está investindo em infraestrutura para se preparar para a Copa do Mundo em 2014 e para as Olimpíadas em 2016.

‘Modernização financeira’

Mantega pode anunciar diversas medidas de “modernização financeira” para estimular os empréstimos de longo prazo, investimentos em infraestrutura e financiamentos para moradia e construção, de acordo com uma pessoa a par do assunto que pediu anonimato.

A assessoria de imprensa do ministério da Fazenda não respondeu a um e-mail com pedido de comentários sobre as medidas.

O BNDES aprovou R$ 171 bilhões em novos financiamentos nos 12 meses até outubro, uma alta de 33 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o website do banco. O BNDES mais que dobrou os financiamentos para empresas brasileiras para R$ 137,4 bilhões no ano passado, superando os empréstimos de US$ 72,2 bilhões do Banco Mundial no ano fiscal que terminou em junho.

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