CVM suspende IPO da Azul
A abertura do capital da companhia aérea Azul (IPO), ensaiada há anos e marcada para segunda-feira, sofreu um revés nesta quinta-feira. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que comanda o mercado de capitais brasileiros, suspendeu por 30 dias a oferta pública por entender que a empresa infringiu regras durante as apresentações para investidores. O […]
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2017 às 19h02.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h42.
A abertura do capital da companhia aérea Azul (IPO), ensaiada há anos e marcada para segunda-feira, sofreu um revés nesta quinta-feira. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que comanda o mercado de capitais brasileiros, suspendeu por 30 dias a oferta pública por entender que a empresa infringiu regras durante as apresentações para investidores. O plano da Azul era arrecadar cerca de 1,65 bilhão de reais, dos quais 1,3 bilhão iria para o caixa da empresa, num valor de mercado de 6,9 bilhões.
De acordo com a CVM, a Azul fez “uso irregular de material publicitário não aprovado” durante o roadshow. Isso aconteceu porque algumas informações apresentadas pela empresa aos investidores não constavam no prospecto enviado à comissão. As maiores diferenças estavam em detalhes apresentados pelo diretor financeiro da empresa, John Rodgerson, que revelou números sobre a participação da Azul na companhia aérea portuguesa TAP. “Temos um investimento em ações da TAP que pode valer de 300 milhões a 400 milhões de dólares nos próximos anos”, disse. “O valor de mercado no qual entramos foi de 220 milhões. Podemos reduzir nossa alavancagem para duas vezes quando a TAP realizar sua oferta inicial.”
Essa seria a quarta tentativa da Azul de ir à bolsa. Da primeira vez, em agosto de 2013, a empresa comandada por David Neeleman não fez a oferta alegando “condições macroeconômicas desfavoráveis”. No começo de 2014, a empresa retomou o plano, mas não chegou a protocolar seus papéis. Em dezembro do mesmo ano, a tentativa foi oficial, mas a desistência veio em janeiro de 2015. Em agosto do mesmo ano, a situação se repetiu e a desculpa, “condições desfavoráveis”, também.
Com a suspensão feita pela CVM, a oferta que seria feita concomitantemente na Bolsa de Valores de Nova York também fica suspensa. De acordo com o órgão regulador, a empresa poderá retomar o processo quando sanar as irregularidades, mas não informou como isso poderá acontecer. A Azul, terceira maior companhia aérea do Brasil, disse que não se pronunciará sobre o assunto. A torcida da Azul é para que nos próximos 30 dias as condições de mercado se mantenham tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Com reforma da Previdência de um lado, e governo de Donald Trump de outro, muita coisa pode acontecer.