CVC (CVCB3) tem novo prejuízo no 2º trim. e caixa encolhe em R$ 300 milhões
Fluxo de caixa do período ficou negativo mesmo com entrada líquida de R$ 378 milhões em follow-on
Guilherme Guilherme
Publicado em 10 de agosto de 2022 às 08h12.
Última atualização em 10 de agosto de 2022 às 08h40.
A CVC (CVCB3) registrou prejuízo líquido de R$ 94,8 milhões no segundo trimestre, representando uma redução de 43,5% na comparação anual. O prejuízo trimestral foi o sexto consecutivo da empresa. O balanço foi divulgado na noite de terça-feira, 9.
O Ebtida ajustado, que foi positivo em R$ 12,5 milhões no primeiro trimestre, ficou negativo em R$ 15,5 milhões. Ainda assim, o Ebitda ajustado apresentou melhoria em relação ao do segundo trimestre de 2021, quando ficou negativo em R$ 130 milhões por efeitos decorrentes de pedidos de reembolso.
A CVC encerrou o segundo trimestre com fluxo de caixa negativo em R$ 299,8 milhões -- mesmo com emissão subsequente de ações (follow-on) realizada no período, com captação líquida de R$ 378 milhões. O caixa da companhia terminou o período com R$ 479,5 milhões.
A necessidade de uso de caixa já havia sido exposta pela companhia em teleconferência sobre resultados anteriores para atender a demanda por viagens, reprimida durante a pandemia.
A tendência, segundo a companhia, é de que o uso de caixa acelere nos próximos meses. "Pela sazonalidade usual do negócio, houve menor necessidade de caixa", disse a CVC em balanço.
Turismo internacional impulsiona reservas
No trimestre, as reservas confirmadas da CVC cresceram 124% para R$ 3,75 bilhões, enquanto as reservas consumidas saltaram 153% para R$ 3,53 bilhões. A receita líquida ficou em R$ 269,7 milhões, 133,5% acima do mesmo trimestre de 2021.
A receita bruta com viagens domésticas - que historicamente corresponde à maior fatia da CVC - cresceu 56% frente ao ano passado para R$ 333,2 milhões. Mas o maior crescimento se deu na frente de viagens internacionais, com aumento anual da receita bruta de 186% para R$ 251,3 milhões. As viagens internacionais corresponderam a 46% das reservas do período. A companhia atribuiu o aumento a menores restrições de outras geografias e retomada do turismo corporativo.
"Além dos efeitos da demanda reprimida, outro fator que reforçou a retomada do turismo no período foi o incremento de oferta pelas companhias aéreas. O cenário mais benigno para viagens aliado às ações de marca da Companhia resultaram em acelerado crescimento das reservas confirmadas", afirmou a CVC em carta a investidores.
Mais despesas
As ações de marketing, que tiveram como pano de fundo o aniversário de 50 anos da marca, aumentaram os gastos com propaganda em 158% na comparação anual para R$ 32 milhões As despesas gerais de vendas saltaram 113% para R$ 64,9 milhões.
As despesas financeiras também tiveram salto significativo, de R$ 38,7 milhões para R$ 69,2 milhões, puxadas, principalmente, pela alta de juros. A dívida líquida da companhia encerrou o segundo trimestre em R$ 517,7 milhões cerca de R$ 200 milhões acima da registrada no início do ano. As despesas gerais e administrativas aumentaram 30,1% para R$ 217,5 milhões.
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