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Crise nos EUA ainda pressiona bolsas europeias

Também contribui para o sentimento negativo a queda nas encomendas à indústria na Alemanha


	Bolsa de Frankfurt: às 7h45, Frankfurt caía 0,07%
 (Getty Images)

Bolsa de Frankfurt: às 7h45, Frankfurt caía 0,07% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 08h10.

Londres - As bolsas europeias recuam mais uma vez diante dos temores com o impasse político nos Estados Unidos, que leva o governo norte-americano ao oitavo dia de paralisação e pode resultar em um calote da maior economia do mundo.

No dia 17 deste mês acabam as medidas extraordinárias do Tesouro dos EUA para manter o país pagando suas dívidas. Até lá, republicanos e democratas devem chegar a um acordo sobre o programa de cortes de gastos, principalmente sobre a lei da reforma da saúde, apelidada de Obamacare.

"Ninguém seriamente duvida de que os EUA pagarão suas dívidas. No entanto, com poucos sinais de progresso em uma decisão sobre o teto da dívida, é válido considerar o risco de um calote técnico devido ao não pagamento dos juros", disse a equipe de análise do UBS.

Também contribui para o sentimento negativo a queda nas encomendas à indústria na Alemanha, de 0,3% em agosto, na comparação com o mês passado, segundo informou o Ministério da Economia. Analistas consultados pela Dow Jones projetavam uma alta de 1,1%.

Entre outros indicadores divulgados na Europa nesta terça-feira, 8, a produção industrial da Espanha caiu 4,0% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já a França revelou um déficit comercial de 4,91 bilhões de euros em agosto, menor do que os 5,08 bilhões de euros de julho, e a Alemanha anunciou um superávit comercial de 15,6 bilhões de euros em agosto, acima de 15,0 bilhões de euros em julho.


Os investidores também deverão ficar atentos para o pronunciamento do ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, no final da manhã desta segunda-feira, 8. Pouco depois, às 12h45, Jens Weidmann, membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), também discursará.

O mercado também avalia o fim de um feriado prolongado na China. O índice de atividade dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços chinês, medido pelo HSBC, recuou para 52,4 em setembro, de 52,8 em agosto. Acima de 50, a leitura indica expansão da atividade em relação ao mês anterior. "O crescimento do setor de serviços da China parece estar se estabilizando em um ritmo mais rápido do que no segundo trimestre", avaliou Qu Hongbin, economista-chefe do HSBC na China.

Nesta manhã, as ações de mineradoras se destacam na ponta negativa da Bolsa de Londres. Às 7h45 (de Brasília), Rio Tinto caía 1,47%, BHP Billiton recuava 1,94% e Anglo American perdia 1,25%. Também no pregão londrino, as ações da varejista Marks & Spencer perdiam 1,73% diante de sinais de vendas mais fracas do setor em setembro. O Consórcio Britânico de Varejo revelou que as vendas totais do varejo cresceram 2,4% no mês passado, na comparação anual, contra as altas de 3,6% em agosto e de 3,9% em julho.

Já os papéis da Alcatel-Lucent chamam atenção na Bolsa de Paris com uma alta de 1,45% depois de a empresa confirmar os planos de cortar 10 mil postos de trabalho. A companhia planeja reconduzir suas operações para uma empresa de menor porte e focar em produtos com maiores taxas de crescimento, como na fabricação de roteadores de internet.

Às 7h45 (pelo horário de Brasília), todos os principais mercados europeus operavam em queda: Frankfurt caía 0,07%, Paris recuava 0,32%, Londres perdia 0,70%, Madri declinava 0,44%, e Milão cedia 0,02%. Lisboa destoava do mercado e subia 0,11%. Fonte: Dow Jones Newswires.

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