CPI mais fraco nos EUA impulsiona aposta por três cortes de juros ainda neste ano
País registra primeira deflação mensal em 18 meses, com recuo de 0,1% em junho; CPI recua para 3% no acumulado de 12 meses
Repórter
Publicado em 11 de julho de 2024 às 14h40.
Última atualização em 11 de julho de 2024 às 14h45.
O CPI foi de -0,1% em junho, ante expectativa de uma alta de 0,1%. Foi a primeira deflação mensal registrada na economia americana em 18 meses. O CPI de 12 meses recuou de 3,3% para 3%, o menor patamar desde junho de 2023. O núcleo do CPI ficou em 3,3% em 12 meses, 0,1 p.p. abaixo do esperado. "Depois de uma tendência preocupante no início do ano, a desinflação parece estar de volta aos trilhos", avaliou o Bank of America em nota.
O resfriamento na inflação de serviços e de aluguéis teve peso significativo no CPI mais fraco, apontam os economistas do banco. "A última linha dos dados de inflação está novamente na direção certa para o Fed." Entre os bancos mais pessimistas para o ciclo de corte de juros, o Bank of America manteve a perspectiva de apenas um corte neste ano, em dezembro, mas admitiu que a maior probabilidade é de o Fed iniciar o ciclo de cortes antes do que depois.
Efeito nos mercados
No mercado financeiro, a perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos provoca um efeito dominó nos preços. O título de 10 anos do Tesouro americano é negociado a um rendimento de 4,17% ao ano, o mais baixo desde janeiro deste ano, quando investidores estavam em euforia pela queda de juros que supostamente viria em março. No mercado de câmbio, o índice dólar (DXY) atinge o menor patamar desde fevereiro, a 104,4 pontos, registrando recuos frente ao euro, iene e libra esterlina.
Nas bolsas, as reações são mistas. Os índices de Nova York, S&P 500 e Nasdaq, que vinham de máximas históricas, recuam nesta quinta. O movimento é influenciado pela desvalorização de 3% das ações da Nvidia após sua concorrente AMD comprar a startup finlandesa Silo por US$ 665 milhões. Já o Russell 2000, composto por small caps do mercado americano, sobe mais de 3%.
A perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos também favorece o mercado brasileiro, com o Ibovespa subindo 0,8% nesta quarta-feira.