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Copom deve reduzir juros para 2% ao ano, menor patamar histórico

No final de julho de 2019, quando a taxa brasileira estava em 6,5%, o menor patamar desde então, a autoridade monetária retomou os cortes e não parou mais

Se seguir a expectativa do mercado, a Selic vai cair em mais 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
DG

Denyse Godoy

Publicado em 5 de agosto de 2020 às 06h40.

Última atualização em 5 de agosto de 2020 às 06h41.

Faz um ano que o Comitê de Política Monetária do Banco Central ( Copom ) começou a rolar a ladeira dos juros abaixo. No final de julho de 2019, 16 meses após reduzir a taxa de referência brasileira para 6,5%, o menor patamar desde então, a autoridade monetária retomou os cortes e não parou mais. Se seguir a expectativa do mercado, vai diminuir a Selic em mais 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, 5, para 2% ao ano. Mas será que para por aí?

Pelo que vem sinalizando, o Copom tem agora como principal foco de atenção as consequências da pandemia do novo coronavírus sobre a economia do país. Alguns indicadores macroeconômicos começam a revelar a catástrofe: 2,8 milhões de postos de trabalho foram fechados desde o início de maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informou na semana passada.

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A Fundação Getulio Vargas disse ontem que, pelo seu cálculo, o Produto Interno Bruto se contraiu 11,2% no terceiro trimestre do ano. Os documentos de registro da reunião da autoridade monetária que termina hoje (o comunicado da decisão, que sai ao final do dia, e a ata, na semana que vem) devem indicar se os membros do comitê já fecharam uma estimativa do tamanho do estrago e até onde a Selic tem que ir para ajudar a resgatar a economia do buraco.

Não se sabe quanto ainda a crise vai durar, mas os seus efeitos serão sentidos por muito tempo. Inclusive os positivos. A redução de juros que a infecção respiratória covid-19 estendeu para 2020 provocou a maior revolução financeira do país desde o Plano Real.

Sem poder mais ganhar dinheiro fácil com a renda fixa, os pequenos investidores, que precisam poupar para a aposentadoria, estão aceitando correr o risco da bolsa de valores. De janeiro a julho, 1,14 milhão de pessoas físicas começou a aplicar em ações – o que significa que, em média, 5.400 novatos estão entrando na renda variável por dia e apoiando as empresas de capital aberto.

Hoje deve ser mais um dia dessa impressionante migração. Se a partir de amanhã esse contingente vai se avolumar ou rarear, depende do que o Copom fizer e indicar para os próximos meses.

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