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‘Comprar e manter’ ações não vale mais para o Brasil, dizem analistas

Relatório do HSBC aponta que a melhor estratégia agora é negociar em ciclos

“Houve um impacto direto muito maior das decisões do governo no nível setorial", explicam (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2012 às 20h09.

São Paulo – O famoso termo “comprar e manter” ações, que em inglês e no jargão do mercado financeiro se traduz em “buy and hold”, não se aplica mais ao Brasil, avalia o HSBC em um relatório publicado nesta semana. Segundo os analistas, a terceira queda consecutiva na linha de investimentos no PIB (Produto Interno Bruto) confirma que a perspectiva de crescimento no médio prazo para o país está se deteriorando. Os investimentos das empresas caíram 1,8% no primeiro trimestre, ante um recuo de 0,6% nos três meses anteriores. Foi o pior desempenho desde o início de 2009.

O banco destaca que diversos fatores contribuíram para o resultado, mas cita principalmente a execução ineficiente por parte do governo e a deterioração na percepção no lado privado.

“Houve um impacto direto muito maior das decisões do governo no nível setorial do que o observado em outras ocasiões, e alguns investidores ressaltaram que também existe menos previsibilidade dessas medidas. Acreditamos que isso afeta o humor dos investidores em carteiras e, até certo ponto, a percepção das empresas de forma geral”, argumentam Alexandre Gartner e Francisco Vanzolini, que assinam a análise.

Mudanças

Tal cenário, pontuam os analistas, leva a crer que o país terá ciclos de crescimento mais curtos, seguidos por momentos de alta nos preços e com o agravamento dos gargalos da economia. “Vemos o Brasil como um país para negociar ações em torno desses ciclos, e não como uma história de ‘comprar e manter’ como era antes”, ressaltam. O "buy & hold" é uma estratégia utilizada por investidores que compra as ações e as mantêm por um longo período sem ligar para as flutuações de curto prazo.


O relatório Focus do Banco Central divulgado ontem revelou que os economistas estão menos otimistas com o desempenho da economia em 2012. A estimativa para o PIB no ano passou de 2,72% para 2,53%. O HSBC também diminuiu a própria projeção, passando de 3,2% para 2,8%.

“Continuamos a confiar em uma retomada no crescimento no segundo semestre, embora em uma magnitude inferior”, dizem. Além das medidas de estímulos do governo, o HSBC ressalta a redução recente na alavancagem do consumidor, que também ajudará a economia no período final do ano.

Principais apostas

Com a expectativa de recuperação doméstica, o banco continua a apostar nas ações da Lojas Marisa ( AMAR3 ), Lojas Renner ( LREN3 ) e Multiplan ( MULT3 ). No lado das empresas que ganham com a desvalorização do real, os analistas citam a Brasil Foods ( BRFS3 ) e Vale ( VALE3; VALE5 ) , que “também podem ser favorecidas pelo afrouxamento da política monetária na China e por mais medidas de estímulo”, ressaltam. Em bancos, a opção é o Itaú Unibanco ( ITUB4 ) e, em crescimento é a OdontoPrev ( ODPV3 ).

“No caso do Itaú Unibanco, acreditamos que sua avaliação atual já reflete um cenário pessimista. Apesar de esperarmos que os spreads no crédito venham a cair, acreditamos que isso será limitado, a menos que os dois componentes mais relevantes do custo dos bancos sejam reduzidos: inadimplência e depósito compulsório/impostos”, afirmam.

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São Paulo – O famoso termo “comprar e manter” ações, que em inglês e no jargão do mercado financeiro se traduz em “buy and hold”, não se aplica mais ao Brasil, avalia o HSBC em um relatório publicado nesta semana. Segundo os analistas, a terceira queda consecutiva na linha de investimentos no PIB (Produto Interno Bruto) confirma que a perspectiva de crescimento no médio prazo para o país está se deteriorando. Os investimentos das empresas caíram 1,8% no primeiro trimestre, ante um recuo de 0,6% nos três meses anteriores. Foi o pior desempenho desde o início de 2009.

O banco destaca que diversos fatores contribuíram para o resultado, mas cita principalmente a execução ineficiente por parte do governo e a deterioração na percepção no lado privado.

“Houve um impacto direto muito maior das decisões do governo no nível setorial do que o observado em outras ocasiões, e alguns investidores ressaltaram que também existe menos previsibilidade dessas medidas. Acreditamos que isso afeta o humor dos investidores em carteiras e, até certo ponto, a percepção das empresas de forma geral”, argumentam Alexandre Gartner e Francisco Vanzolini, que assinam a análise.

Mudanças

Tal cenário, pontuam os analistas, leva a crer que o país terá ciclos de crescimento mais curtos, seguidos por momentos de alta nos preços e com o agravamento dos gargalos da economia. “Vemos o Brasil como um país para negociar ações em torno desses ciclos, e não como uma história de ‘comprar e manter’ como era antes”, ressaltam. O "buy & hold" é uma estratégia utilizada por investidores que compra as ações e as mantêm por um longo período sem ligar para as flutuações de curto prazo.


O relatório Focus do Banco Central divulgado ontem revelou que os economistas estão menos otimistas com o desempenho da economia em 2012. A estimativa para o PIB no ano passou de 2,72% para 2,53%. O HSBC também diminuiu a própria projeção, passando de 3,2% para 2,8%.

“Continuamos a confiar em uma retomada no crescimento no segundo semestre, embora em uma magnitude inferior”, dizem. Além das medidas de estímulos do governo, o HSBC ressalta a redução recente na alavancagem do consumidor, que também ajudará a economia no período final do ano.

Principais apostas

Com a expectativa de recuperação doméstica, o banco continua a apostar nas ações da Lojas Marisa ( AMAR3 ), Lojas Renner ( LREN3 ) e Multiplan ( MULT3 ). No lado das empresas que ganham com a desvalorização do real, os analistas citam a Brasil Foods ( BRFS3 ) e Vale ( VALE3; VALE5 ) , que “também podem ser favorecidas pelo afrouxamento da política monetária na China e por mais medidas de estímulo”, ressaltam. Em bancos, a opção é o Itaú Unibanco ( ITUB4 ) e, em crescimento é a OdontoPrev ( ODPV3 ).

“No caso do Itaú Unibanco, acreditamos que sua avaliação atual já reflete um cenário pessimista. Apesar de esperarmos que os spreads no crédito venham a cair, acreditamos que isso será limitado, a menos que os dois componentes mais relevantes do custo dos bancos sejam reduzidos: inadimplência e depósito compulsório/impostos”, afirmam.

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