Como fica o preço da cerveja? Ambev projeta custo menor para produzir e vê mercado "mais racional"
Empresa previa um crescimento de custo por hectolitro de cerveja no Brasil entre 6,0% e 9,9%, mas anunciou hoje uma perspectiva entre 2,5% e 5,5%
Repórter Exame IN
Publicado em 3 de agosto de 2023 às 19h17.
Última atualização em 4 de agosto de 2023 às 15h37.
A queda dos preços das commodities e de outros custos, como combustível, deixou o ambiente melhor do que era esperado para a Ambev (ABEV3). A empresa previa um crescimento de custo por hectolitro de cerveja no Brasil entre 6,0% e 9,9%, mas anunciou hoje uma perspectiva entre 2,5% e 5,5%. Essenovo cenário deve ajudar a companhia a alcançar seu objetivo de ter crescimento de ebitda da operação brasileira em 2023, garante o CFO, Lucas Lira, em entrevista a jornalistas.
Dona das marcas Stella Artois, Corona, Original e Brahma, a Ambev viu seu portfólio se comportar de formas distintas. Enquanto os rótulos mais caros, como Stella e Becks, cresceram 35% em volume, mas os rótulos "core, como Brahma, Skol e Antarctica ficaram em linha com o mercado, que está mais pressionado (queda na casa de 2% a 3%). Já os rótulos econômicos caíram ainda mais: algo na casa de 30%, o que o CEO, Jean Jereisssatti, admitiu como um ponto de atenção em resposta a analistas que participaram da teleconferência.
É preciso ver até onde vai a elasticidade do bolso do consumidor. No segundo trimestre, o volume de cerveja Brasil caiu 2,5%, em linha com o que era previsto por analistas e com o portfólio premium conseguindo superar a concorrência. "Nosso foco não está no concorrente A ou B. O que vemos é 2023 como um ano para dar mais um salto quantitativo e qualitativo de evolução do nosso resultado. Desde 2020 conseguimos ter um negócio mais saudável, a gente acredita que os clientes vão cada vez mais querer marcas diferentes para ocasiões diferentes e queremos ter um portfolio que atenda a isso", argumenta Lira.
Aos analistas, Jereissatti afirmou que está vendo a indústria com mais rentabilidade e, por isso, "mais racional". "O mercado vai continuar competitivo tal qual tem sido historicamente. O que temos como foco é garantir que a gente tenha a melhor oferta de marcas para os consumidores e entrega conveniência, atendendo bem nossos clientes", acrescenta Lira.
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