Commodities já caíram 20% em um mês com temor de recessão
Um indicador importante dos preços de matérias-primas despencou desde que atingiu uma máxima histórica há apenas um mês
Bloomberg
Publicado em 7 de julho de 2022 às 09h20.
As commodities, um dos setores mais resilientes do mercado financeiro este ano, agora também são devastadas pelos temores de recessão. Um indicador importante dos preços de matérias-primas despencou desde que atingiu uma máxima histórica há apenas um mês.
O Bloomberg Commodity Spot Index, que acompanha 23 contratos futuros de energia, metais e safras, perdeu mais de 20% após bater um recorde em junho. Preços para tudo, desde cobre a óleo de soja, afundaram com a preocupação de que uma economia estagnada prejudique a demanda. Embora a oferta de commodities permaneça apertada, o recuo pode fornecer um alívio muito bem-vindo para consumidores que enfrentam uma disparada da inflação.
As commodities vinham avançando desde os primeiros dias da pandemia, à medida que gastos maciços dos governos e taxas de juros ultrabaixas impulsionavam a demanda, enquanto a produção era limitada. A guerra da Rússia na Ucrânia exacerbou ainda mais os problemas de oferta.
Mas o sentimento mudou à medida que crescem os temores de que o Federal Reserve não será capaz de domar a inflação mais alta em quatro décadas sem mergulhar a economia americana em uma recessão.
Um dólar mais forte - que torna mais caro comprar matérias-primas cotadas na moeda americana - também pesa sobre as commodities globais negociadas em Chicago e Nova York. Gestores de fundos recentemente reduziram suas apostas em preços mais altos para o menor nível em quase dois anos.
Mesmo assim, a recessão é uma “preocupação altamente antecipatória” e os mercados “claramente exageraram” ao trazer os preços das commodities de volta a níveis pré-guerra, mesmo quando os suprimentos de matérias-primas como o petróleo permanecem apertados e vulneráveis a interrupções, segundo Greg Sharenow, que administra um portfólio focado em energia e commodities na Pimco.
Embora o recente aumento nos custos de energia e alimentos tenha funcionado como um “imposto muito alto” sobre o consumo, a demanda deve voltar a acelerar nos próximos meses e manter os mercados apertados à medida que a economia da China se recupera, disse Sharenow em entrevista.