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Com plano ambicioso, BRF pode valorizar até 39%, diz XP Investimentos

O mercado parece ter aprovado o plano de reestruturação anunciado após a chegada de Pedro Parente na companhia

Pedro Parente: executivo assumiu a presidência da companhia em junho (Patricia Monteiro/Getty Images)

Karla Mamona

Publicado em 3 de julho de 2018 às 10h18.

São Paulo - Após a BRF anunciar o plano de reestruturação na última sexta-feira, a XP Investimentos recomendou a compra para as ações da BRF.

Em relatório divulgado, Betina Roxo, analista que assina o relatório, apontou preço-alvo de 25 reais para cada ação, com potencial de valorização de 39%. Ontem, as ações fecharam em alta de 12%, sendo negociadas na casa dos 20 reais.

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A XP Investimentos classificou o plano de reestruturação como ambicioso, já que inclui a venda de ativos, simplifica a estrutura corporativa sem a necessidade de aumentar o capital da BRF, que segundo a analista era a principal preocupação dos mercados.

“Esperamos uma recuperação gradual da confiança à medida que a plano é executado e a percepção de risco diminui gradualmente ao longo do tempo”, diz o relatório.

Desde o final do ano passado, as ações da BRF apresentam desvalorização de 60% na Bolsa. Os papéis foram fortemente impactados pelas restrições impostas pelo mercado externo, pelo aumento no custo do milho, além da greve dos caminhoneiros que ocorreu em maio.

“No entanto, o plano de recuperação da BRF procura reverter isso, focando nas operações de maior margem (visando a venda de unidades na Europa, Tailândia e Argentina), cortando custos e melhorando a eficiência por meio da reestruturação das fábricas no Brasil.”

Sobre o plano

Em fato relevante, a companhia explicou que ponto de partida do plano é a decisão de focar as suas operações no mercado doméstico brasileiro, na Ásia e no mercado muçulmano, neste último caso atendido por plantas exclusivas, que incluem os ativos de Banvit, na Turquia. São mercados onde a a BrF está entre as posições de liderança e tem fortes vantagens competitivas.

Com isso, está previsto a venda de unidades operacionais na Europa, Tailândia e Argentina. O plano também abrange a venda de ativos imobiliários e não operacionais, e de participações minoritárias em empresas. Uma outra iniciativa é a realização de operação de securitização de recebíveis.

A previsão é arrecadar cerca de 5 bilhões de reais, fazendo com que a razão entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) fique em torno de 4,35x em dezembro de 2018, já considerando a recente alta do dólar e os impactos referentes às restrições parciais de exportação para o mercado externo, e abaixo de 3,00x em dezembro 201.

A companhia explicou também que terá continuidade o plano de reestruturação fabril, que tem como principal objetivo a readequação da estrutura produtiva à demanda de mercado. Em andamento desde março deste ano, a iniciativa incluiu readequação nas linhas de produção, férias coletivas e a redução de cerca de 5% do quadro de funcionários nas operações fabris no Brasil.

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