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Abismo fiscal é o foco na próxima semana

Próximos passos na negociação da questão fiscal nos EUA e indicadores importantes na China devem prender a atenção


	Tensões do abismo fiscal devem prender a atenção do mercado até o final do ano
 (REUTERS/Kevin Lamarque)

Tensões do abismo fiscal devem prender a atenção do mercado até o final do ano (REUTERS/Kevin Lamarque)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2012 às 14h00.

São Paulo - A segunda semana de dezembro traz um tom mais otimista em relação ao mercado brasileiro, com a divulgação de uma série de indicadores econômicos com perspectivas positivas. Nos Estados Unidos, o foco continua sendo na decisão do abismo fiscal, que deve estar no centro das atenções dos mercados mundiais até o fim do ano. 

Brasil

No mercado doméstico, indicadores de inflação, emprego e salários divulgados no decorrer da semana devem apontar a continuidade do aquecimento do mercado de trabalho. Na quinta-feira, o IBGE divulga os dados de vendas no varejo, que segundo o analista Bruno Piagentini, da Coinvalores, devem vir melhores graças às festas de fim de ano. Encerrando a semana, o índice de atividade econômica do Banco Central (Ibc –Br) de outubro traz uma prévia da atividade econômica do país e a expectativa também é de números melhores. Em setembro, o indicador mostrou um crescimento de 0,44%. 

Estados Unidos

Piagentini destaca dois acontecimentos especialmente importantes na semana nos EUA. Primeiro, na quarta-feira, dia 12, há a reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC) do Banco Central americano (Fed – Federal Reserve). A expectativa é que haja continuidade das políticas de estímulo monetário e que os juros baixos sejam mantidos, já que a economia do país vem reagindo lenta, mas consistentemente.

O discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed, traz outro ponto importante para os mercados. “Parece que eles vão estabelecer limites quantitativos para a condução da política econômica”, espera o analista. Quando anunciou o programa de estímulo monetário QE3 (quantitative easing 3), Ben Bernanke avisou que a política teria continuidade enquanto os indicadore de desemprego não tivesse melhora. O que se espera que ele anuncie agora são outras formas de comunicar ao mercado os limites a serem alcançados. 


Ainda nos EUA, na sexta-feira há a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor e da Produção Industrial, ambos referentes a novembro. “Todos esse dados chamam atenção por conta do abismo fiscal”, diz Bruno, que acredita que haverá um acordo entre os partidos Republicano e Democrata para resolver a questão e 2013 deverá ser um ano mais benigno para a economia americana.

China

Na China, a semana começa com a divulgação da produção industrial e vendas no varejo, no domingo, dados atrelados ao mercado de commodities brasileiro e aos quais os investidores estarão atentos. “A expectativa é de que os números comecem a melhorar e tenham uma melhora consistente em 2013”, projeta Bruno.

Na quinta-feira, o HSBC apresenta o PMI chinês preliminar de dezembro, que na projeção do analista deve vir melhor que os anteriores. 

Europa

Na Europa, depois que a questão da dívida grega foi resolvida, a zona do euro deixou de ser o foco dos mercados. “Agora o contexto político fica de lado e os investidores estarão de olho na parte econômica, mirando os números e indicadores”, ressalta Bruno. 

A semana começa com a divulgação dos indicadores de confiança do investidor da zona do euro referente a dezembro. Na quarta-feira, um dos dados mais importantes da semana: produção industrial na zona do euro. Segundo o analista, a expectativa é novamente de queda, mas “uma queda já precificada pelo mercado”, diz Bruno. Pra encerrar a semana, a sexta-feira traz os dados do índice de preços ao consumidor referente a novembro. 

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