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Citi diz que os do contra vão ganhar na Bovespa em 2014

Corretora diz que os que investirem nas ações que mais caíram no ano passado podem ter boas surpresas no segundo semestre deste ano

Bolsa de valores de São Paulo, a Bovespa: “contrários” são gestores e analistas que buscam, justamente, ir contra o senso comum do mercado (Paulo Fridman/Bloomberg News)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 15h16.

São Paulo - É comum ouvir que seguir um comportamento de manada na bolsa pode ser desastroso. Há quem pense que o oposto disso, contudo, pode render algum lucro. Em relatório enviado a clientes, a corretora do Citibank diz que os “do contra”, que investirem nas ações que mais caíram no ano passado, podem ter boas surpresas no segundo semestre de 2014.

Os chamados “contrários” são gestores e analistas que buscam, justamente, ir contra o senso comum do mercado. Muitas vezes, são eles que detectam as bolhas criadas pela euforia contagiante dos movimentos de alta. Um de seus mais conhecidos representantes é o gestor suíço radicado na China Mark Faber, responsável pela newsletter Gloom Boom & Doom Report.

Funcionou no Brasil

Segundo o estrategista-chefe do Citi, Stephen Graham, os “contrários” tiveram lucros superiores aos obtidos pelos investidores que apostaram nas ações mais promissoras do momento em seis dos últimos dez anos na bolsa brasileira.

Graham afirma que, nesse período, a rentabilidade acumulada por quem investiu, a cada ano, nas dez ações com o pior desempenho no ano anterior, foi de 327%, contra 77% dos que investiram nos papéis que mais subiram um ano antes.

A ideia por trás do método é, grosso modo, aproveitar um momento de “rebote” dos papéis ou setores com grandes perdas no ano anterior. Segundo essa lógica, a forte desvalorização teria levado as ações a um preço atrativo para os investidores. O passo seguinte seria um movimento de compra desses papéis, impulsionando a alta.

Considerando o biênio 2013-14, a estratégia seria investir nas ações que tomaram uma surra na bolsa ano passado. São elas (segundo o Citi):

EmpresaAçãoSetorQueda em 2013 (%)
PDGPDGR3Construção45
OiOIBR4Telecom46
LLXLLXL3Indústria46
OiOIBR3Telecom51
MarfrigMRFG3Alimentos53
RossiRSID3Construção55
BrookfieldBISA3Construção69
EnevaENEV3Serviços75
HRTHRTP3Energia81
MMXMMXM3Commodities84

Segundo o estrategista, “em se tratando de setores, o de petróleo e gás seria uma boa ideia, (como, por exemplo, as ações da Petrobras), além de varejo e construção civil, os quais têm as maiores chances de experimentar um rebote”.

Bom, mas não agora

Contudo, essa não é uma estratégia para agora. Graham afirma que o “mal estar” no mercado brasileiro ainda vai predominar, até pelo menos o fim do primeiro semestre. “O ano eleitoral, por ora, vai manter o foco no problema central da economia brasileira: um governo indisciplinado, que afugenta os investidores e atrasa o crescimento.”

Ele afirma que uma válvula de escape para essa pressão política seria uma maior frouxidão na política cambial, deixando o dólar subir mais um pouco em relação ao real. Assim, no primeiro semestre, seria melhor dar preferência a ações “de exportadoras, empresas do setor de infraestrutura, multinacionais e empresas com receitas denominadas em dólar, ou cujos produtos competem com importados”, diz o relatório.

Melhor no segundo semestre

Isso posto, uma abordagem “do contra” faria mais sentido, segundo Graham, à medida que o fim do ano se aproximar. “Até lá, alguns dos problemas atuais, como o cambial, os gastos eleitorais, os riscos de rebaixamento do rating e a desaceleração do consumo, poderão ter soluções surgindo no horizonte.”

Além disso, perto do fim do ano, o estrategista afirma que pode acontecer o maior contrário de todos: “uma reversão do humor global a favor das bolsas de países emergentes, com destaque para o mercado brasileiro”.

Segundo a lógica reversa, as ações abaixo seriam aquelas para ficar longe (as maiores altas de 2013):

EmpresaAçãoSetorAlta em 2013 (%)
KrotonKROT3Educação70
BraskemBRKM5Petroquímico60
TimTIMP3Telecom54
EstácioESTC3Educação50
CieloCIEL3Financeiro46
JBSJBSS3Consumo46
SuzanoSUZB5Papel e celulose34
CSNCSNA3Siderurgia33
Porto SeguroPSSA3Financeiro31
EmbraerEMBR3Indústria31

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São Paulo - É comum ouvir que seguir um comportamento de manada na bolsa pode ser desastroso. Há quem pense que o oposto disso, contudo, pode render algum lucro. Em relatório enviado a clientes, a corretora do Citibank diz que os “do contra”, que investirem nas ações que mais caíram no ano passado, podem ter boas surpresas no segundo semestre de 2014.

Os chamados “contrários” são gestores e analistas que buscam, justamente, ir contra o senso comum do mercado. Muitas vezes, são eles que detectam as bolhas criadas pela euforia contagiante dos movimentos de alta. Um de seus mais conhecidos representantes é o gestor suíço radicado na China Mark Faber, responsável pela newsletter Gloom Boom & Doom Report.

Funcionou no Brasil

Segundo o estrategista-chefe do Citi, Stephen Graham, os “contrários” tiveram lucros superiores aos obtidos pelos investidores que apostaram nas ações mais promissoras do momento em seis dos últimos dez anos na bolsa brasileira.

Graham afirma que, nesse período, a rentabilidade acumulada por quem investiu, a cada ano, nas dez ações com o pior desempenho no ano anterior, foi de 327%, contra 77% dos que investiram nos papéis que mais subiram um ano antes.

A ideia por trás do método é, grosso modo, aproveitar um momento de “rebote” dos papéis ou setores com grandes perdas no ano anterior. Segundo essa lógica, a forte desvalorização teria levado as ações a um preço atrativo para os investidores. O passo seguinte seria um movimento de compra desses papéis, impulsionando a alta.

Considerando o biênio 2013-14, a estratégia seria investir nas ações que tomaram uma surra na bolsa ano passado. São elas (segundo o Citi):

EmpresaAçãoSetorQueda em 2013 (%)
PDGPDGR3Construção45
OiOIBR4Telecom46
LLXLLXL3Indústria46
OiOIBR3Telecom51
MarfrigMRFG3Alimentos53
RossiRSID3Construção55
BrookfieldBISA3Construção69
EnevaENEV3Serviços75
HRTHRTP3Energia81
MMXMMXM3Commodities84

Segundo o estrategista, “em se tratando de setores, o de petróleo e gás seria uma boa ideia, (como, por exemplo, as ações da Petrobras), além de varejo e construção civil, os quais têm as maiores chances de experimentar um rebote”.

Bom, mas não agora

Contudo, essa não é uma estratégia para agora. Graham afirma que o “mal estar” no mercado brasileiro ainda vai predominar, até pelo menos o fim do primeiro semestre. “O ano eleitoral, por ora, vai manter o foco no problema central da economia brasileira: um governo indisciplinado, que afugenta os investidores e atrasa o crescimento.”

Ele afirma que uma válvula de escape para essa pressão política seria uma maior frouxidão na política cambial, deixando o dólar subir mais um pouco em relação ao real. Assim, no primeiro semestre, seria melhor dar preferência a ações “de exportadoras, empresas do setor de infraestrutura, multinacionais e empresas com receitas denominadas em dólar, ou cujos produtos competem com importados”, diz o relatório.

Melhor no segundo semestre

Isso posto, uma abordagem “do contra” faria mais sentido, segundo Graham, à medida que o fim do ano se aproximar. “Até lá, alguns dos problemas atuais, como o cambial, os gastos eleitorais, os riscos de rebaixamento do rating e a desaceleração do consumo, poderão ter soluções surgindo no horizonte.”

Além disso, perto do fim do ano, o estrategista afirma que pode acontecer o maior contrário de todos: “uma reversão do humor global a favor das bolsas de países emergentes, com destaque para o mercado brasileiro”.

Segundo a lógica reversa, as ações abaixo seriam aquelas para ficar longe (as maiores altas de 2013):

EmpresaAçãoSetorAlta em 2013 (%)
KrotonKROT3Educação70
BraskemBRKM5Petroquímico60
TimTIMP3Telecom54
EstácioESTC3Educação50
CieloCIEL3Financeiro46
JBSJBSS3Consumo46
SuzanoSUZB5Papel e celulose34
CSNCSNA3Siderurgia33
Porto SeguroPSSA3Financeiro31
EmbraerEMBR3Indústria31
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