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Citi, Deutsche e Wells Fargo ainda preveem recessão leve nos EUA

Fed e maioria dos grandes bancos americanos vai na contramão e espera crescimento em 2024

Wall Street: maior parte dos bancos americanos espera crescimento para economia dos EUA em 2024 (Getty/Getty Images)
Bloomberg

Agência de notícias

Publicado em 21 de dezembro de 2023 às 15h45.

Alguns economistas de Wall Street que foram surpreendidos pela força da economia dos EUA em 2023 ainda mantêm sua expectativa de dificuldades para as famílias e empresas americanas no ano que se aproxima.

Os analistas do Citigroup, Deutsche Bank e Wells Fargo Securities estão entre os que reiteraram previsões de recessão, mesmo quando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e a maioria dos grandes bancos espera crescimento mais lento, porém positivo, em 2024.

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O argumento é que os consumidores, cujos gastos representam cerca de 70% da atividade econômica dos EUA, estão ficando sem a poupança acumulada durante a pandemia e enfrentam ventos contrários como a retomada de pagamentos de seus empréstimos estudantis e um mercado de trabalho mais frio. O impacto do aperto monetário do Fed teria sido apenas adiado, e as condições de crédito mais restritivas irão gerar dificuldades para quem está endividado e será forçado a refinanciar suas dívidas.

Mesmo assim, os pessimistas dizem que a recessão não será feia como a induzida pelo coronavírus em 2020 — quando o desemprego subiu para quase 15% — nem durará muito, como a contração de 2007-2009.

“Mal se qualifica como tal, mas sim, tecnicamente seria uma recessão”, disse Brett Ryan, economista sênior para EUA no Deutsche Bank, sobre sua previsão de recessão moderada. “Os riscos, especialmente tendo em vista um Fed dovish, são de que não tenhamos uma desaceleração tão grande. As condições financeiras neste momento estão melhorando consideravelmente e isso introduz um risco ascendente nas nossas previsões.”

O Citigroup também cita a virada do Fed como fator de melhora das perspectivas, embora os economistas do banco liderados por Andrew Hollenhorst, ainda esperem uma contração.

“Achamos que os juros mais elevados estão finalmente surtindo o efeito esperado de abrandar a economia dos EUA”, disse ele. “Vemos sinais crescentes no mercado de trabalho, incluindo um aumento da taxa de desemprego e pedidos de seguro desemprego, que sugerem que as contratações irão diminuir.”

A fraqueza no mercado de trabalho acabará por desencadear um declínio nos gastos do consumidor, de acordo com Sam Bullard, economista sênior do Wells Fargo Securities. Até agora, ele tem se surpreendido com a força da economia e espera que a recessão de 2024 seja “certamente moderada pelos padrões históricos”.

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