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Cielo dispara 7% com possível saída do Banco do Brasil do negócio

Analista vê movimento especulativo em valorização dos papéis na Bolsa

Cielo: ações da companhia caíram 15,5% em janeiro na esteira do fraco resultado do quarto trimestre de 2019 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Cielo: ações da companhia caíram 15,5% em janeiro na esteira do fraco resultado do quarto trimestre de 2019 (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2020 às 15h25.

São Paulo - As ações da Cielo chegaram a disparar 7% nesta quarta-feira (12) com a possível venda da parte do Banco do Brasil no radar dos investidores. De acordo com o que fontes disseram ao jornal Valor Econômico, o desembarque do negócio estaria relacionado às estratégias que o banco tem para aumentar a sinergia no mercado de pagamentos. 

“Em um primeiro momento, o investidor pensa em menos [influência de] estatal e novos investidores”, avalia Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos

Controlada pelo Bradesco e Banco do Brasil, a Cielo tem atravessado um momento desafiador. Com o avanço de fintechs no mercado de meios de pagamento, a empresa teve que diminuir a margem para conseguir sobreviver, o que pressionou seu resultado financeiro. No quarto trimestre de 2019, o lucro líquido da companhia caiu 68% na comparação anual.

A maior concorrência no setor também tem feito forte pressão sobre as ações da Cielo. Em 2019, os papéis da empresa caíram 0,5% - o sexto pior desempenho do Ibovespa no ano. Em janeiro, a queda foi de 15,53%.

Neste mês, a ação da Cielo se encaminha para fechar em alta. No entanto, Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, não vê bases concretas para a recente valorização do ativo. “Eles querem mudar, mas não deram a linha do que querem. O mercado está especulando” disse. 

Segundo o jornal, há alguns imbróglios para que a saída do Banco do Brasil  se concretize, como a exigência de não poder competir pelo mesmo mercado de serviços de adquirência. 

A “solução” ventilada por uma das fontes do Valor seria o Banco do Brasil vender a fatia que detém na Cielo para o Bradesco e comprar a parte da Cielo na credenciadora Cateno, que processa pagamentos de cartões do banco e da Cielo. Atualmente, a Cateno é controlada pelas duas empresas. 

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