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China vai demorar meses para reabrir após Covid-19, diz Goldman Sachs (GSGI34)

As Bolsas de Valores asiáticas registraram uma semana muito volátil com o boato que a China poderia terminar os lockdowns para conter o vírus

Goldman Sachs (GSGI34) (Brendan McDermid/Reuters)
CC

Carlo Cauti

Publicado em 7 de novembro de 2022 às 09h40.

Última atualização em 7 de novembro de 2022 às 09h45.

A economia da China vai demorar meses para reabrir e acabar com os lockdowns para conter o novo Coronavírus (Covid-19), informou nesta segunda-feira, 7, o banco de investimentos americano Goldman Sachs (GSGI34).

“A reabertura real ainda está a meses de distância, pois as taxas de vacinação de idosos permanecem baixas e as taxas de mortalidade de casos parecem altas entre os não vacinados com base nos dados oficiais de Hong Kong”, informou o Goldman Sachs em relatório.

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Segundo o banco, as autoridades da China não reabrirão totalmente até o segundo trimestre de 2023, pois precisam de tempo para se preparar para encerrar os lockdowns, testes em massa e quarentenas em vigor.

Todavia, banco americano prevê que uma reabertura completa poderia trazer uma alta de 20% no mercado financeiro chinês.

“Estimamos que uma reabertura completa poderia gerar 20% de alta para as ações chinesas com base em análises de sensibilidade empírica, de cima para baixo e histórica”, salientou o banco, “A reabertura da China pode ser um dos catalisadores positivos mais visíveis, há muito esperados e poderosos para o mercado, além da possibilidade de um pivô do Fed e/ou uma cessação da guerra Rússia-Ucrânia”.

A população na China tem taxas de vacinação inferiores aos outros países do mundo e a eficácia das vacinas chinesas contra o Coronavírus está se demonstrando menor do que as vacinas utilizadas no Ocidente, como Pfizer-BioNTech ou Moderna. A China proibiu o a aplicação de qualquer vacina produzida fora de seu território nacional, criando problemas até para os estrangeiros que moram ou viajam para o país asiático.

Na visita oficial realizada na semana passada, o chanceler alemão Olaf Scholz conseguiu alcançar um acordo com o governo chinês para que os executivos alemães residentes na China possam ter acesso a vacina da Pfizer-BioNTech.

Bolsas de Valores na China tem semana de euforia

Nas última semanas as Bolsas de Valores na China registraram uma elevada volatilidade, impulsionadas pelo boato de que o governo de Pequim poderia aliviar sua política de Covid-zero.

O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 11,68% nos últimos 7 dias, enquanto o Xangai Composite ganhou 6,15% desde a última segunda-feira.

Todavia, segundo o Goldman Sachs, o governo chinês provavelmente manterá sua política de zero Covid “até que todos os preparativos médicos necessários sejam feitos”. e uma reabertura "segura e ordenada é muito difícil nesse momento”.

Os analistas do banco americano acreditam que a mudança dependerá do progresso em quatro setores: uma maior taxa de vacinação de idosos, ampla acessibilidade a medicamentos acessíveis para Covid-19, mudanças nas mensagens do governo para aliviar o medo de infecções e garantir que haja recursos médicos suficientes contra uma grande onda de infecções.

As últimas estatísticas do governo de Hong Kong mostram que apenas 60,81% das pessoas com 80 anos ou mais receberam as três doses de vacina.

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