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Cautela doméstica faz dólar subir 1% e ir à casa de R$ 3,12

Às 11:43, a moeda americana avançava 0,93 por cento, a 3,1245 reais na venda, depois de ter batido a máxima do dia de 3,1327 reais

Dólar: expectativa pelo contingenciamento do orçamento deste ano também influenciava o mercado cambial (AFP/AFP)

Dólar: expectativa pelo contingenciamento do orçamento deste ano também influenciava o mercado cambial (AFP/AFP)

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Reuters

Publicado em 23 de março de 2017 às 12h18.

São Paulo - O dólar operava em alta de quase 1 por cento nesta quinta-feira, indo ao patamar de 3,12 reais, com os investidores cautelosos após o governo aprovar com margem estreita a terceirização, levantando dúvidas sobre o avanço de outras reformas no Congresso Nacional, sobretudo a da Previdência.

A expectativa pelo contingenciamento do orçamento deste ano também influenciava o mercado cambial, com os investidores reagindo à clara sinalização de que o governo do presidente Michel Temer elevará impostos em breve.

Às 11:43, o dólar avançava 0,93 por cento, a 3,1245 reais na venda, depois de ter batido a máxima do dia de 3,1327 reais. O dólar futuro tinha alta de 1,20 por cento.

"No final, o cenário doméstico pesou no dólar... Até então, a moeda (norte-americana) estava conseguindo se manter no intervalo entre 3,05 e 3,10 reais", afirmou o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

Na véspera, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que regulamenta a terceirização e altera as regras para contratos temporários de trabalho por 231 votos a 188. Para passar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera a Previdência, o governo precisa reunir ao menos 308 votos na Casa.

A reforma da Previdência é considerada pela grande maioria dos agentes econômicos como fundamental para o país colocar as contas públicas em ordem.

O sinal claro, também dado na véspera, de que o governo vai aumentar impostos para melhorar as receitas e tentar cumprir a meta fiscal deste ano, de déficit primário de 139 bilhões de reais, também não agradava o mercado nesta sessão.

"O governo terá que aumentar impostos e, se isso já não fosse negativo, volta e meia fala-se em subir imposto sobre o câmbio", comentou o operador-sênior de uma corretora nacional, referindo-se à possibilidade de elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das operações cambiais.

Os investidores continuavam reagindo também às consequências para a balança comercial após a operação Carne Fraca, com países restringindo a importação da carne brasileira. Nesta quinta-feira foi a vez de o Egito.

Na véspera, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que a média do embarque diário de carne do Brasil era de 63 milhões de dólares e que havia despencado para 74 mil dólares.

O mercado também trabalhava com um olho no exterior, com a expectativa da votação de projeto de lei sobre o setor de saúde nos Estados Unidos, um teste para o presidente Donald Trump.

O Banco Central brasileiro realiza nesta quinta-feira mais um leilão de até 10 mil swaps tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares--para rolagem do vencimento de abril.

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