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Carrefour cai em Paris com fracasso de plano de fusão

O BNDES suspendeu ontem o plano de financiar a fusão dos ativos brasileiros do Carrefour com a Cia. Brasileira de Distribuição Grupo Pão de Açúcar

Na França, as vendas vão mal: a empresa reduziu suas estimativas de lucro três vezes desde novembro e hoje sinalizou que o lucro pode não crescer este ano (Jean-Philippe Ksiazek/AFP)
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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2011 às 09h37.

Paris - O Carrefour SA caiu para o menor nível em mais de dois anos com o fracasso de seu plano de expansão no Brasil e a queda do lucro no primeiro semestre afetada pelas vendas na França.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social suspendeu ontem o plano de financiar a fusão dos ativos brasileiros do Carrefour com a Cia. Brasileira de Distribuição Grupo Pão de Açúcar. O Carrefour disse hoje em comunicado que o lucro operacional no primeiro semestre caiu cerca de 23 por cento.

A segunda maior varejista mundial está buscando oportunidades de crescimento em novos mercados como o Brasil. Na França, os cortes de preços e novas estratégias de lojas não conseguem estimular a expansão. A empresa reduziu suas estimativas de lucro três vezes desde novembro e hoje sinalizou que o lucro pode não crescer este ano.

O fracasso do acordo no Brasil “é mais um golpe contra a credibilidade da administração do Carrefour”, disse Christopher Hogbin, analista do Sanford C. Bernstein em Londres. E mais, “o guidance de lucro é desapontador”.

A ação do Carrefour chegou a cair 3 por cento, para 21,33 euros na bolsa de Paris, o nível mais baixo desde 12 de março de 2009. Às 7:15, o papel era negociado a 22,20 euros.

A varejista disse que a retirada do apoio do BNDES significa que “as condições necessárias para a concretização desta proposta não foram atendidas”. O plano deflagrou um disputa de poder com o concorrente francês Casino Guichard- Perrachon SA, que tem um acordo assinado prevendo assumir o controle do Pão de Açúcar em 2012.

‘Milhares de problemas’

Ontem, o Casino divulgou um comunicado após reunião de seu conselho de administração em Paris dizendo que a proposta de fusão com o Carrefour tem “estimativa de sinergias fortemente superavaliada”, “significativos riscos de execução” e reduz o lucro por ação do Pão de Açúcar.

“Razão convincente”, disse Carlos Lessa, que foi presidente do BNDES entre 2003 e 2004, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro ontem. “Não parece ser inteligente criar uma empresa com um parceiro francês como o Carrefour, que tem tido milhares de problemas.”

O diretor financeiro do Carrefour, Pierre Bouchut, disse que a empresa continuará em busca de oportunidades de expansão, notadamente em mercados emergentes. O conselho de administração estudará outra proposta caso o Gama, fundo de investimento do Banco BTG Pactual que propôs o negócio no mês passado, apresente outra, disse hoje Bouchut a analistas. O Carrefour não tem conhecimento de outro plano, de acordo com Bouchut.

O rede francesa disse hoje que a receita do segundo trimestre aumentou 1,6 por cento, para 22,4 bilhões de euros (US$ 31,4 bilhões). A estimativa média de cinco analistas consultados pela Bloomberg era de 22,5 bilhões de euros.

Desempenho

O Carrefour disse que seu lucro operacional caiu para cerca de 760 milhões de euros no primeiro semestre, principalmente por causa da França, onde as vendas de seus hipermercados no período foram “desapontadoras”. O lucro nas mesmas bases caiu na Europa e mostrou sólido crescimento nos mercados emergentes, disse Bouchut.

As vendas cresceram 10 por cento no Brasil no segundo trimestre.

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Paris - O Carrefour SA caiu para o menor nível em mais de dois anos com o fracasso de seu plano de expansão no Brasil e a queda do lucro no primeiro semestre afetada pelas vendas na França.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social suspendeu ontem o plano de financiar a fusão dos ativos brasileiros do Carrefour com a Cia. Brasileira de Distribuição Grupo Pão de Açúcar. O Carrefour disse hoje em comunicado que o lucro operacional no primeiro semestre caiu cerca de 23 por cento.

A segunda maior varejista mundial está buscando oportunidades de crescimento em novos mercados como o Brasil. Na França, os cortes de preços e novas estratégias de lojas não conseguem estimular a expansão. A empresa reduziu suas estimativas de lucro três vezes desde novembro e hoje sinalizou que o lucro pode não crescer este ano.

O fracasso do acordo no Brasil “é mais um golpe contra a credibilidade da administração do Carrefour”, disse Christopher Hogbin, analista do Sanford C. Bernstein em Londres. E mais, “o guidance de lucro é desapontador”.

A ação do Carrefour chegou a cair 3 por cento, para 21,33 euros na bolsa de Paris, o nível mais baixo desde 12 de março de 2009. Às 7:15, o papel era negociado a 22,20 euros.

A varejista disse que a retirada do apoio do BNDES significa que “as condições necessárias para a concretização desta proposta não foram atendidas”. O plano deflagrou um disputa de poder com o concorrente francês Casino Guichard- Perrachon SA, que tem um acordo assinado prevendo assumir o controle do Pão de Açúcar em 2012.

‘Milhares de problemas’

Ontem, o Casino divulgou um comunicado após reunião de seu conselho de administração em Paris dizendo que a proposta de fusão com o Carrefour tem “estimativa de sinergias fortemente superavaliada”, “significativos riscos de execução” e reduz o lucro por ação do Pão de Açúcar.

“Razão convincente”, disse Carlos Lessa, que foi presidente do BNDES entre 2003 e 2004, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro ontem. “Não parece ser inteligente criar uma empresa com um parceiro francês como o Carrefour, que tem tido milhares de problemas.”

O diretor financeiro do Carrefour, Pierre Bouchut, disse que a empresa continuará em busca de oportunidades de expansão, notadamente em mercados emergentes. O conselho de administração estudará outra proposta caso o Gama, fundo de investimento do Banco BTG Pactual que propôs o negócio no mês passado, apresente outra, disse hoje Bouchut a analistas. O Carrefour não tem conhecimento de outro plano, de acordo com Bouchut.

O rede francesa disse hoje que a receita do segundo trimestre aumentou 1,6 por cento, para 22,4 bilhões de euros (US$ 31,4 bilhões). A estimativa média de cinco analistas consultados pela Bloomberg era de 22,5 bilhões de euros.

Desempenho

O Carrefour disse que seu lucro operacional caiu para cerca de 760 milhões de euros no primeiro semestre, principalmente por causa da França, onde as vendas de seus hipermercados no período foram “desapontadoras”. O lucro nas mesmas bases caiu na Europa e mostrou sólido crescimento nos mercados emergentes, disse Bouchut.

As vendas cresceram 10 por cento no Brasil no segundo trimestre.

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